vista daqui uma vida (as personagens fictícias reservam-se o direito à privacidade)

Ela detesta que a mãe lhe vista aquele fato, é tão gordo que não se consegue mexer para brincar na neve! Chegará à escola e tira tudo. O corredor largo da escola. No inverno vira pandemónio. O chão sujo daquela lama de gelo. Chega-se à sala de aula, cada um tira as botas e calça pantufas ou sapatilhas o chão está limpo só é pena a professora, miss maclelan, não gostar de crianças - elas sabem. Mas tentam ignorar esse facto e aprendem na mesma, é giro. A aula de ginástica é que é pior. A menina não é brilharete nesta área. Também não tem daqueles calções cor de rosa brilhante da barbie e lembrou-se, ainda bem que não sabem que faço chichi na cama. Ainda não percebeu porque é que a professora do kindergarden não lhe deixou ser um macaco ao invés de leopardo. Ela gosta tanto do george, aquele macaco dos livros.

O natal está quase aí.

A mãe fez uma surpresa enquanto a menina dormia a sesta no sofá com a irmã, a p, vestindo aquela saia azul escura de fazenda que a avó dos pães lhe mandou, de portugal, aquela saia muito gira com um cão astronauta. Os cães: paixão desta rapariga. Até que dormia a sesta no sofá com a irmã, a p, a mãe pôs as prendas debaixo da árvore de natal. A casa está tão confortável, neva lá fora? Provavelmente. Montaram a árvore de natal. Está tão linda. Tantas cores. Tantas bolas. Tantas fitas, e luzes. Daquelas que parecem pingos gelados. Está tão linda a árvore de natal. De certeza que a mãe fez um jantar muito bom. De certeza. Frango frito com puré. Provavelmente. E o pai deve ter ido a algum lado e voltou e cheira bem. A frio mãos grandes sorriso tabaco e bigode. A menina vai dormir com aquele pijama com pés e põe a fralda sozinha. Já é grande. A mãe traz o biberão com leite morno com chocolate. Quando acabar de beber deita-o para o chão, não parte, é de plástico.