casara aos 20 anos, num dia de setembro. até então, frequentara um ateleier de bordados e costura, onde fez todo o seu enxoval. sendo Aurélio um homem de negócios, vendedor de materiais de construção, negócio em crescente sucesso, desejou que Eufémia ficasse em casa após o casamento. assim foi, ao fim de 1 ano nacseu Albertina, desde bebé, muito fácil de criar, boa aluna, fez o curso de direito. aos 27 anos, a caminho do tribunal, foi assassinada por um herói do volante tunning. o Augusto nasceu com três anos de diferença de Albertina (os dois irmãos eram muito amigos). Eufémia nunca compreendeu a dificuldade em criar este rapaz. suspeitava que não se sentia amado, pelo que tentava, de todas as formas que a imaginação lhe permitisse, amá-lo em evidência. não resultou. Augusto entrara no mundo da droga, foi expulso de casa pelo pai após o assassinato de Albertina, em vida, ela nunca o permitiria. ninguém voltou a saber dele.
o nome de ambos filhos iniciava com a letra 'A', como o do pai, que dizia assim, na escola são sempre os primeiros da lista! (orgulhoso da sua capacidade de previsão e controlo do futuro)
Aurélio era um homem carismático, todos gostava dele, Eufémia não sabia que vivia através dele.
cerca de um ano após o assassinato de Albertina e cerca de 9 meses após a expulsão de Augusto, Aurélio morreu esmagado por uma máquina empilhadora destravada.
Eufémia sobrou.
Eufémia deu conta das contas.
Aurélio jogara com quase todos os bancos da cidade, tranferindo dívidas de um para outro aumentando, assim, cada vez mais, o valor dos juros a pagar (quase que excedendo o valor da própria dívida). os fornecedores de materiais, também não tardaram.
Eufémia foi acolhida por uma prima casada com um advogado, com quem estagiara Albertina, gente de bem. a prima tentou, da forma que soube, partilhar dos silêncios de Eufémia. o advogado tratou de orientar as coisas de forma a que Eufémia, mesmo perdendo os bens que não sabia não possuir, pelo menos, não restassem dívidas.
Eufémia ajudava nas tarefas domésticas, para se sentir útil, para continuar em certa forma de movimento, passara a ser a cozinheira da casa, pois sabia que os seus pratos eram do agrado da prima e do advogado.
um dia, ao jantar, proferiu as seguintes palavras não sei se está certo, mas, gostaria de ir para longe, sinto-me muito grata a vós mas, parece que chegou uma qualquer hora de eu partir, para longe, só não sei para onde...
os pais do advogado tinham investido os seus dinheiros em apartamentos que arrendavam, e foi assim que a Eufémia foi proposto ir morar para um desses apartamentos no centro do país com a condição de começar a pagar a renda só depois de ter um emprego, há gente de bem
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