sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

HOMENAGEM - Antoine De Saint-Exupéry

faz hoje 60 anos que partiu em missão para morrer em local desconhecido o poeta aviador...


«Numa carta encontrada na sala de Antoine depois que seu avião desapareceu, ele tinha escrito o seguinte:

"Eu não me preocupo se eu morrer na guerra (...) Mas se eu voltar vivo desse 'trabalho' ingrato, mas necessário, haverá apenas uma questão para mim: O que dizer da humanidade? O que dizer para a humanidade?"

Humanidade: É apenas com o coração que se vê bem. O essencial é invisível aos olhos.»
(bananaseixas.vilabol.uol.com.br)


não sei como dizer, o que dizer,
confesso que apenas li O Principezinho (quantas vezes, não sei...) e alguns poemas, o que baste para significação
já perdi o conto a quantos exemplares do livro comprei para mim que acabo sempre por oferecer às minhas raposas, (na verdade, tenho pena de não ter o primeiro)
o último que ofereci levava dentro um pedaço de papel onde escrevi não te esqueças, não sejas uma pessoa grande, apenas alta
gravei o filme em '92 numa cassete VHS que está mais que rodada
repito citações de Saint-Exupéry talvez semanalmente (?)


a história das ovelhas, também provém de Saint-Exupéry



adoro a passagem da raposa...



«mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
(...)
-Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.»






ainda do livro, se tentasse, aqui deixar outras passagens (o encontro entre o principezinho e o aviador, antes disso a experiência de desenhador, etc.) corria o risco de o transcrever na íntegra, aceitem uma sugestão da margarete para o Verão, se não leram, corram, vão ver... desde as primeiras páginas... acontece qualquer coisa como isto...






«ACASO
Cada um que passa na nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa na nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade da nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso.»
Marvin Gaye





«What's Going On



Mother, mother

There's too many of you crying

Brother, brother, brother

There's far too many of you dying

You know we've got to find a way

To bring some lovin' here today - Ya



Father, father

We don't need to escalate

You see, war is not the answer

For only love can conquer hate

You know we've got to find a way

To bring some lovin' here today



Picket lines and picket signs

Don't punish me with brutality

Talk to me, so you can see



Oh, what's going on

What's going on

Ya, what's going on

Ah, what's going on



In the mean time

Right on, baby

Right on

Right on



Father, father, everybody thinks we're wrong

Oh, but who are they to judge us

Simply because our hair is long

Oh, you know we've got to find a way

To bring some understanding here today

Oh



Picket lines and picket signs

Don't punish me with brutality

Talk to me

So you can see

What's going on

Ya, what's going on

Tell me what's going on

I'll tell you what's going on - Uh

Right on baby

Right on baby»

Quisera (there's no translation for this word)

by let going away the parallel life

not to be

once not to have become true

became true

the future life that shall never be dreamt

(or it is a nightmare)



should never,

never must be thought



by chosing to chose



the choice to say no

said yes

thy feels yes forever

maybe phantoms

you know not



for a word

this word is only one

not happened

in the plans to be



this word

and all forward

thy knows

will not be taught



the phantoms

are those you grief,

thy may have shown



no voice to cry the wish

it doesn't come,


to give speech some sound



quisera L.

quisera V.

quisera D.



for far away life

one, never to become

two, somewhere,

the angel told someone

that told me the eyes.











(as not even writting down, thy knows in which time,
Archaic or nowadays,
thy you me my, no, not me
no saudade there)
(as not even writting down, you know in which code)
(give thy permission for the absentmindness of wich translations code to use)
(give thy permission for an own quisera)


não há espaço para negociações.

não me apetece nada português

nem a língua



today

I’m totally absent of portuguese desire



I feel like having a caesar salad (a real caesar salad), chardonnay, plane english laughs, walking in Centre Island
with you



(talvez,

a tua língua)

would...

«Son of Mine
(to Denis)


My son, your troubled eyes search mine,
puzzled and hurt by colour line.
Your black skin soft as velvet shine;
What can I tell you, son of mine?


I could tell you of heartbreak, hatred blind,
I could tell of crimes that shame mankind,
Of brutal wrong and deeds malign,
Of rape and murder, son of mine;


But I'll tell instead of brave and fine
When lives of black and white entwine,
and men in brotherhood combine
-This would I tell you, son of mine.»


Oodgeroo, in My People

África, Lívio de Morais
It will soon be too late. (Human Rights Watch)

vista daqui uma vida (as personagens fictícias reservam-se o direito à privacidade)

está quase a ir embora. vai para o portugal. para sempre. ela sabe que a p. não quer ir. acha que também não quer. perguntou ao pai se agora, lá no portugal, vai ter que comer peixo todos os dias. foi o que disseram os meninos na escola! o pai disse que não. ah! 'tá bem! 



a mãe já arrumou os brinquedos todos e agora a menina só volta a vê-los no portugal. despediu-se de cada um. e são muitos. tomou conta que fossem embalados condignamente. deu alguns à menina vizinha.  mas a ainda não está certa se deveria ter tido essa atitude. será capaz de viver sem esses brinquedos?



no portugal, ao fim de uma eternidade, cerca de 30 dias depois, chega o contentor que veio de barco com os seus brinquedos, nesse dia, acorda com a maria rita ao seu lado, a sua boneca preferida. a mãe lembrou-se! a primeira coisa que tirou do contentor foi a maria rita que passou directamente para a cama da menina ainda a dormir. tinha tantas saudades



brincar. brincar. brincar.





deus dará...



para saber o resto, vão ouvir o Caetano canta que está de saco cheio









sabias tu que bailarina estava em mente?

sabias tu que captas momentos tão bem?

sabias tu que soube gostar?

sabias tu que aprendo a aceitar?

sabias tu que continuo com necessidade de te agradecer? sempre

sabias tu que regressava pensando:

 

um tango
dançar um tango
 

 

porque sabes que a graciosidade, não é impossível, pode ser que... um dia...

quiçá... hoje

 

obrigada
 

it always is...



 anyway... we'll never now...

'cause it's easy to say it gets lost in translation

it always is...



'tá quase... #5

o quê? uma "arroba" de dias em outro mode robot em tentativa relaxante, revitalizante (?!!!)

 

esquecer noticiários (tentativa reflexa do mundo)? esquecer os incêndios? não vale a pena especificar mais do que:

esquecer as atrocidades desconhecidas?!

 

ser ser

estar

(ridículo!)

 

fechar olhos? não.

 

sensação estranha de

 

não! estranha! não!

 

sensação _________ estúpida a maturar

tentar que se torne circunspecta esta passagem por terras de Terra

nem me falem de missão

 

(estou zangada)

o meu sobrolho também se torna insubordinado





entretanto...

 

... morrem de pé as árvores pelo país.



stillness, Susana

__________________________________

























__________________________________ 



beautiful stillness

warmth into my heart, after your words



"O desfecho inesperado surge..." 



 



Eufémia

a completar 50 anos, meio-século, nesse ano, aparentava uma idade que se diria entre os 60 e 65 anos.

passara pela montra de uma galeria. sentira vontade de entrar e ficar como quem está num local de frequência habitual. claro que não o fez, seria descabido, uma mulher como eu, ainda me faziam perguntas sobre arte!

ficou, não sabe se uns segundos se cerca de uma hora defronte da montra, tentando decifrar as manifestações de arte através do reflexo do vidro e em espanto por não entender de onde vinha aquela sensação estranha pelos mesmos. quase se atreveria a dizer que gostava deles. quase que utilizaria uma expressão como fascinação. surgiu o desejo de qualquer coisa. talvez. o desejo de perceber.



 

'tá quase... #4

plano: relaxar, não pensar no carteiro...

 



 










há mais aniversários...



Concert for Anarchy, Rebecca Horn



JKafka, a tua prenda!

 

Parabéns!

 

:D



hoje é dia de aniversário!!! :D





PARABÉNS CITADOR!

 

PARABÉNS PÊZINHO E COMPANHIA!

 

E... OBRIGADA POR ESSE ESPAÇO!!!

 

BEIJO GRANDE!







'tá quase... #3

plano: relaxar, não olhar para o lado



 



'tá quase... #2

plano: relaxar, não pensar no shcratching

 



'tá quase...



a planear férias, faço a lista mental da bagagem necessária, para onde vou, nem a escova de dentes preciso levar, pelo que já percebi que quem leva mais tralha é mesmo o manjerico

quando era bebé, não é um doce? não tenho fotos actualizadas...
 
... as taças para a comida e para a água, o tabuleiro para as taças, a cama e respectivo colchão, a casa de banho,a toillete, e os brinquedos (maços de tabaco enrolados, nozes, aquela coisa que é um pauzito com um fio e penas dependuradas, a bola, o rato, espero não esquecer nenhum...) (ah, a comida e a areia sintética)



quanto à minha bagagem, ontem fui abastecer-me de livros mas... já li um e o outro vai pelo mesmo caminho... ops! tenho de voltar às compras. o protector solar, acho que posso usar o mesmo do ano passado, bem tentei encontrar uma data de validade na embalagem, mas não encontrei... o bikini é o mesmo. o chapéu é o mesmo. a sacola é a mesma. a toalha é uma qualquer de banho. o frigorífico (DE CERTEZINHA) já estará atafulhado, e quase juraria que com refeições já confeccionadas, para garantir o meu estado nutricional...



a ver se não me esqueço de me levar



 





Um samba sobre o mar

Esqueço a multidão

Não tardo, Neptuno

A submergir

As ancas arredondam

O ventre responde ao samba árabe

Os batuques africanos aumentam

Danço o folclore do mundo

Canto o fado intuitivo
  



 

The Triumph of Neptune and Amphitrite, Nicolas Poussin

 

Romantic girl sings to a someone out there in the world...

para o início nocturno de um Sábado...

 

 
 
«So here I am the victim of my own choices, and I'm just starting.»
Ally McBeal





«There are still some romantics, there is the hope», Cage to Ally  



 

«Goodnight My Someone



Goodnight, my someone, goodnight, my love.


Sleep tight, my someone, sleep tight, my love.

Our star is shining its brightest light,

For goodnight, my love, for goodnight.



Sweet dreams be yours, dear, if dreams there be

Sweet dreams to carry you close to me.

I wish they may and I wish they might.

Now goodnight, my someone, goodnight.



True love can be whispered from heart to heart,

When lovers are parted they say.

But I must depend on a wish and a star

As long as my heart doesn't know who you are.



Sweet dreams be yours, dear, if dreams there be

Sweet dreams to carry you close to me.

I wish they may and I wish they might.

Now goodnight, my someone, goodnight.



Goodnight! Goodnight!»


 

("Goodnight My Someone," from The Music Man, performed by Calista Flockhart and Lisa Nicole Carson)

 


Ally acknowledges she's a victim of her choices, as I concern, she's a kind of romantic existencialist (if there is such thing!...), she uses the term victim as one of herself, she acknowledges it and takes the responsability for it... good girl! That's the thing...

  

 



sexual healing 

e

faz-me sentir bem



encontram-se(?) com:

thank you





por mim... 

 

I think we're gonna be allright

Eufémia

casara aos 20 anos, num dia de setembro. até então, frequentara um ateleier de bordados e costura, onde fez todo o seu enxoval. sendo Aurélio um homem de negócios, vendedor de materiais de construção, negócio em crescente sucesso, desejou que Eufémia ficasse em casa após o casamento. assim foi, ao fim de 1 ano nacseu Albertina, desde bebé, muito fácil de criar, boa aluna, fez o curso de direito. aos 27 anos, a caminho do tribunal, foi assassinada por um herói do volante tunning. o Augusto nasceu com três anos de diferença de Albertina (os dois irmãos eram muito amigos). Eufémia nunca compreendeu a dificuldade em criar este rapaz. suspeitava que não se sentia amado, pelo que tentava, de todas as formas que a imaginação lhe permitisse, amá-lo em evidência. não resultou. Augusto entrara no mundo da droga, foi expulso de casa pelo pai após o assassinato de Albertina, em vida, ela nunca o permitiria. ninguém voltou a saber dele.

o nome de ambos filhos iniciava com a letra 'A', como o do pai, que dizia assim, na escola são sempre os primeiros da lista! (orgulhoso da sua capacidade de previsão e controlo do futuro)

Aurélio era um homem carismático, todos gostava dele, Eufémia não sabia que vivia através dele.

cerca de um ano após o assassinato de Albertina e cerca de 9 meses após a expulsão de Augusto, Aurélio morreu esmagado por uma máquina empilhadora destravada.

Eufémia sobrou.

Eufémia deu conta das contas.

Aurélio jogara com quase todos os bancos da cidade, tranferindo dívidas de um para outro aumentando, assim, cada vez mais, o valor dos juros a pagar (quase que excedendo o valor da própria dívida). os fornecedores de materiais, também não tardaram.

Eufémia foi acolhida por uma prima casada com um advogado, com quem estagiara Albertina, gente de bem. a prima tentou, da forma que soube, partilhar dos silêncios de Eufémia. o advogado tratou de orientar as coisas de forma a que Eufémia, mesmo perdendo os bens que não sabia não possuir, pelo menos, não restassem dívidas.

Eufémia ajudava nas tarefas domésticas, para se sentir útil, para continuar em certa forma de movimento, passara a ser a cozinheira da casa, pois sabia que os seus pratos eram do agrado da prima e do advogado.

um dia, ao jantar, proferiu as seguintes palavras não sei se está certo, mas, gostaria de ir para longe, sinto-me muito grata a vós mas, parece que chegou uma qualquer hora de eu partir, para longe, só não sei para onde...

os pais do advogado tinham investido os seus dinheiros em apartamentos que arrendavam, e foi assim que a Eufémia foi proposto ir morar para um desses apartamentos no centro do país com a condição de começar a pagar a renda só depois de ter um emprego, há gente de bem



 

assalto:

DESAMOR

what if



e se de repente nada

puder ser gritado e se

aterrada nessa tessitura

silenciares e tudo for

ruído e tudo ferir

- até a tua voz? e se

um dia retiveres todos

os gemidos e se 

murmurar for grave

e se um silêncio profundo

sem notação te calar

e se tudo dilacerar 

- até a tua voz?



 

a Espuma dos Dias, posted by sa, 22/07/2004



 

lavar-me

 
até a memória
 
se apagar.
 
 
 
 
 
lavar-me
 
-   levar-me
 
para outra história.
 
 
Maria Toscano
 

Quisera

quisera

Eufémia

a mulher era observada por um bando de gente

desde que se mudara para o bairro que causava curiosidade a todos.

era uma desconhecida, mas não era indelicada, cumprimentava todos, bom-dia, boa-tarde, um sorriso às crianças, um olhar de mostrava desejo de afagar um cãozito ou um gato.

todos se questionavam. era injusto que não soubessem o seu passado, uma vez que viera habitar o bairro (tinha um passado, de certeza!).

na mercearia, fazia as aquisições necessárias à sobrevivência destes dias, com extremo rigor na selecção - qualidade e quantidade - de cada consumível (3 laranjas, 1/2 couve lombarda, 1 barra de sabão azul, 1 pacote de manteiga açoreana, 0,5 kilo da alpista). foi na mercearia que conseguiram saber o seu nome, à laia de cumprimento ora, bonsdias Sra. Dona...?!,

- Eufémia, respondeu a mulher 

 

quatro coisas já sabia o bando de gente:

 

#1  era viúva, pois, utilizava duas alianças de oiro no dedo anelar esquerdo claro que pode ser um disfarce para manter o respeito ripostou uma das mulheres do bando, ao que a florista respondeu não, não é disfarce porque eu reperei bem que as alianças têm um aspecto gasto,  estão riscadas do uso, insistente, a primeira mulher ainda argumentou se for calculista, pode tê-las comprado nalguma loja de penhores!...

#2  tinha um periquito

#3  vivia sozinha

#4  o seu nome era Eufémia



 



«What's He Building?



What's he building in there?

What the hell is he building

 

In there?

He has subscriptions to those

Magazines... He never waves when he goes by

He's hiding something from

the rest of us... He's all

to himself... I think I know

 

why... He took down the

tire swing from Peppertree

 

He has no children of his

Own you see... He has no dog

and he has no friends

and his lawn is dying... and

what about all those packages

he sends. What's he building in there?

with that hook light

on the stairs. What's he

building in there... I'll tell you one thing

He's not building a

playhouse for the children

what's he building

in there?

 

Now what's that sound

from under the door?

He's pounding nails into a

hardwood floor... and I swear to god I heard someone

moaning low... and I keep

seeing the blue light of a T.V. show...

He has a router

and a table saw... and you won't believe what Mr. Stitcha saw

There's poison underneath the sink

of course... But there's also

enough formaldehyde to choke

a horse... What's he building

in there. What's the hell is he

building in there? I heard he

has an ex-wife in some place

called Mayors Income, Tennessee

and he used to have a consulting business in Indonesia...

but what's he building in there?

What the hell is he building in there?

 

He has no friends

but he gets a lot of mail

I'll bet he spent a little time in jail...

I heard he was up on the roof last night

signaling with a flashlight

and what's that tune he's always whistling...

What's he building in there?

What's he building in there?

 

We have a right to know... »



Tom Waits, Mule Variations



em voz sussurrada...

se quero dizer que te desejo

porque não gritar?



 



 

voz sussurrada é uma expressão errada, se é sussurro, não há som vozeado, ou é voz, ou é sussurro,

então, esse grito, são será projectado 



 





devaneio/miscelânea ou os seus antónimos

dia, dias a serem dias, palavras, faladas, escritas, lidas, articuladas, debitadas, nada mais que ideias, não!, nada mais que emotividade... emoção? emocionante certamente que não. ou, talvez, emocionante. não. não pode ser. se, neste momento existem nós crianças a morrer. não. não pode ser. se, neste momento existem nós crianças a trabalhar. não. não pode ser. se, neste momento existem nós crianças a serem torturadas. não. não pode ser. se, neste momento existem nós homens a chorar dor. não. não pode ser. se, neste momento existem nós mulheres a chorar dor. não. não pode ser. se, neste momento existem nós homens calados. não. não pode ser. se, neste momento existem nós mulheres caladas. não. não pode ser. se, neste momento existem nós nós a não querer saber. não. não pode ser. se, neste momento existem nós nós no conforto de um lugar lar. não. não pode ser. se, neste momento existem nós nós num lugar a receber arte música. arte palavras. arte tintas. arte movimento. arte parada. não. não pode ser. se, neste momento existem nós nós num lugar lar, jardim, praia ou cama. emocionante, não, não poderá ser vocábulo em utilização. e. mas. palavras estão aqui ao lado. palavras foram enviadas hoje. palavras foram lidas. até palavras tecnocratas! que venha. não querer a demissão de ser nós nós. mas. que venha. que venha o momento nós nós o mundo não existe. ou então, solução seria querer morrer da culpa de não pode ser. se a este momento existem...

 





das mulheres que escrevem...

 foi a lua, de certeza, trouxe-me para o serão... ela... 

 

 

dedicatória de Maria Toscano, nest' "as palavras contidas":

                                                                        palavras dedicadas

                                                                        aos homens que souberam, sabem

                                                                        ou venham a saber

                                                                        coroar suas rainhas

 

                                                                        às mulheres coroadas por tais amores

 

                                                                                            (...)

 

«insónia
 
(...)
 
repousa a cabeça
as pálpebras e a nuca
o tornozelo
o pulso
as pestanas
as unhas
ironicamente pintadas
os cabelos
encaracolados na morte
e as mãos
ciosas de companhia.
 
repousa os seios
- há tempos poupados -
e as ancas
(largas de desejo)
 
 
e
depois de assim
repousada
apaga a luz
 
 
 
que pouse   nesta morte   a tua vida
e se faça outra vida        novo dia.»

ilustração de Sandra Ferreira

 



rápido!!!

rápido! rápido!

 

vão à janela, vão à rua, a lua tá liiiiiiiiiiiiiiiindaaaaaaaaaaaaa!

 

:)

 

 

dos homens que escrevem...

ah, David...

 

«RESTAURO

 

 

Quanto mais te desfaço mais restauro 

o solar que por dentro sempre foste»

 

David Mourão-Ferreira

 
 

Quisera

quisera



 

 
 
atenção: post enorméééé, não resisti...



«CARTA AO FUTURO

 

I

 

Meu amigo: 

  

(DO TEMPO E DO LUGAR)
ESCREVO-TE para daqui a um século, cinco séculos, para daqui a mil anos… É quase certo que esta carta não te chegue às mãos ou que, chegando, a não lerás. Pouco importa. Escrevo pelo prazer de comunicar. (...)

 

(O ENCONTRO ORIGINAL)
Mas a vida está cheia do seu dom original e só espera de nós um pouco de atenção: um pouco de humildade, de uma intima nudez. (…) Também tenho a minha parte de robot e não a nego. Mas sei que há outra coisa à minha espera e que só depois dessa é que não há mais nenhuma. Tenho apenas esta vida para viver, e seria quase uma traição que eu faltasse à sua entrevista (…).

 

(O ROBOT)
 (…) mas a profunda fraternidade – tu o saberás, meu amigo – não é uma cadeia de braços, mas uma comunhão do silêncio, uma comunhão do sangue. (ON MOURRA SEUL) Toda a vida que se cumpre esgota a comunicabilidade onde quer que se anuncie. Assim, a hora da sua verdade não é uma hora de comício, mas de solidão final. A máscara que nos defende não tanto contra os outros como contra nós próprios (porque se nós a montamos não é tanto para que os outros nos identifiquem por ela, como para que nós acabemos de por ela nos identificarmos), essa mascara que é de comédia, ainda quando de tragédia, é bem vã nos instantes derradeiros de qualquer situação, porque então os olhos que nos vêem não nos vêem de fora mas de dentro. (…)

 

(REALIDADE IMEDIATA) 
Ah, a realidade imediata reconforta, nem que seja a realidade de uma pedra que nos atirem. Porque uma pedra é consistente, conhece-se, sem alarme, na dureza com que nos cria as próprias mãos, nos define, sem sombras, a cabeça que nos feriu, o sangue que nos inundou a face. (…)

 

II

 

(O DIVERTIMENTO)
 (…) só entendemos a morte quando a sabemos de cor, quando ela não significa já a aniquilação de uma vida como a nossa, mas é apenas as margens desta vida que a prolongam, o nada que nunca a pode aceder, a pode pôr em causa, quando ela é o contorno que não lhe altera a sua (a nossa) perenidade.



III

 

(VERDADE INDIFERENTE, VERDADE EXISTENCIAL)
 A verdade e o erro do que nos põe em causa o destino são o saldo indistinto de uma indistinta procura do nosso equilíbrio interior. A razões que o justificam são como a desculpa de quem é apanhado em flagrante: as suas raízes mergulham onde já não as sabemos. (…) Um problema de verdade-erro só é nosso quando o sangue o reconhece.

E no entanto – ou por isso, porque nos afectam a vida – são essas verdades estalão visível para aferi-las, as que mais profundamente nos afirmam ou mais radicalmente recusamos: tais verdades não se aferem por um estatuto, mas são antes a nossa própria carne, a tessitura do que somos, a indizível realidade do nosso ser – e nada há mais evidente que a nossa própria pessoa.

 

(CRISTO E A CONDIÇÃO HUMANA)
 Mas a voz escrava se não cala no homem, porque suporta a liberdade exige um esforço descomunal, superior às forças humanas (…)

 

(DESTRUIR, CONSTRUIR)
 (…) Destruir, negar. As mãos que desmantelam a ordem envelhecida são ainda a nossa própria vida, transmitem-nos a certeza de que há um mundo e nós no meio dele, identificam a inteira verdade do nosso corpo que age e é eficaz; e o rumor dos nossos gritos afoga as vozes obscuras e inoportunas, a nossa voz derradeira, ilude-nos a resposta à interrogação que nos espera, inventa-nos no NÃO essa ilusão de plenitude que nós buscamos no SIM.

 

(RECRIAÇÃO DO MUNDO)
 (…) que ninguém se espante do nosso espanto, nem que ninguém sonhe escravizar a nossa melancolia (…)

 

(DO MUNDO DOS DEUSES AO MUNDO HUMANO)
 (…) Que ninguém nos demonstre o nosso erro nem a nossa verdade: mais forte que toda a demonstração é a evidência feita carne e ossos e sangue e nervos, é esta plenitude sem margem de sermos. (…)

 

(VERDADE INTRANSMISSÍVEL)
 (...) que ninguém nos demonstre a nossa verdade ou erro (…) Como se a irredutível verdade da morte de alguém, que conhecemos, exigisse a coerência de uns olhos enxutos: mais forte que a certeza da inutilidade da dor é a absoluta presença da dor. Na ilha deserta, a aflição do abandono não reconduz o mundo que se perdeu: é o irremediável sinal de um recomeço, é o anúncio da vinda de todo o homem para recriar o mundo. (…)

 

(SAUDADE DE DEUS, SAUDADE DA INFÂNCIA)
 A saudade de Deus não é o sonho do seu regresso, como a saudade da infância não é um sonho de infantilismo: é a inexorável verificação da permanência de uma interrogação para a qual já não nos basta a resposta que nos deram. Sabemos hoje assim, meu amigo, que um Deus não é um ídolo sonhado a ouro e a incenso, diante do qual nos sintamos redimidos pela renúncia e esquecimento, é antes o espelho da interrogação original que nos veio no sangue. (PERMANÊNCIA DA INTERROGAÇÃO) O espelho quebrou-se, a interrogação ficou. (…) o sonho de ainda ver é mais forte do que a certeza de que os olhos são inúteis. (…)

 

(ILUSÃO E PLENITUDE) 
E depois, para muitos de nós, que vale a certeza de uma terra desabitada em face de uma ilusão de uma terra povoada de fantasmas? Se há uma vida a cumprir em unidade, se cada qual, dentro do seu mundo, é uma positividade sem margens – toda a vida está certa, para aquele que a vive, dentro da ilusão ou do erro.

 

IV

 

(OS LIMITES DA CONDIÇÃO HUMANA) 
(…) só depois da falência das nossas invenções nos descobrimos a nós, os inventores. (…) 

  

(PROJECÇÃO DA VIDA NA MORTE) 
(…) Pobres palavras vãs: um «nada» imaginamo-lo sempre como algo que é… (…)

 

(O QUE HÁ A REDIMIR) 
(…) Colaborar com a vida, aceitar a validade de uma norma, forjar uma regra para a distribuição da nossa acção e interesse – sim. (REDENÇÃO DESDE AS RAÍZES)  Mas é impossível, antes disso, desviarmos os nossos olhos da fascinação da vertigem, e vermos, vermos bem, de que fundas raízes gostaríamos de entender tudo quanto realizássemos. (…)

 

V

 

(REDENÇÃO E «FUGA»)
 (…) Um acto de desespero é bifronte e enganador porque disfarça o peso daquilo que se evita com a própria dificuldade do acto com que se evita. A submissão aos «princípios», investidos de transcendência, são uma forma banal dessa fuga e desespero. (…) 

 

(A INILUDÍVEL VERDADE) 
(…) não há já hoje para nós um testador da vida, mas apenas a própria vida, o seu milagre, num jogo da contingências…

 

(ARTE E EVIDÊNCIA)
 Assim a arte, meu amigo, não anula a nossa condição, mas precisamente esclarece-a, até à vertigem, diante do nosso desassossego. (…)

 

(REDENÇÃO PELA ARTE)
 A redenção de nós próprios não a procuramos em nada separado de nós, mas na vivência profunda dos nossos inexoráveis limites. (…)

 

VI

 

(O ABSOLUTO DA ARTE) 
DECERTO dirás que é pouco e que este sonho de absoluto é um mísero arremendo do outro ou dos outros que se perderam, é um pobre absoluto de segunda ordem… porque negá-lo? Mas que sabemos nós daquilo que não somos? Quem nos define a vida e a pessoa que não somos? (…)

 

(EMOTIVIDADE E VERDADE) 
Porque é dentro da emotividade que o mundo tem sentido, e a verdade humana, e a orientação fundamental de tudo o que nos orienta. (…)

 
         Saúde, amigo.

 

                                      Vergílio Ferreira

 

                 Évora, Dezembro de 1957»

 
aparição da beleza... em Coimbra
 
jardim da sereia, photo de S.F., Abril 2004
 

«Ignoro ainda se o monumento se alinha entre as belas obras de arte, essa perante as quais estamos todos autorizados a comover-nos. Ignoro-o, porque hoje sei que o milagre pode surgir quando menos o suspeitamos: uma frase musical de um tocador ambulante, o assobio de quem passa, um talo de erva que irrompe de uma juntura de pedras, podem alvoroçar-nos como a mais pura e evidente aparição da beleza.»  
 
Vergílio Ferreira, in Carta ao Futuro

Poética (I)

"De manhã escureço

De dia tardo

De tarde anoiteço

de noite ardo.

 

A oeste a morte

Contra quem vivo

Do sul cativo

O este é meu norte.

 

Outros que contem

Passo por passo:

Eu morro ontem.

 

Nasço amanhã

Ando onde há espaço:

- Meu tempo é quando."

 

Vinicius de Moraes





LOL

disso não se vende, nem se compra!

 

Eugénio de Andrade

"HERANÇA

 

É a minha herança: o sorriso,

o azul duma pedra branca.

posso juntar-lhe, ao acaso da memória,

um ramo de madressilva inclinado

para as abelhas que metodicamente fazem

do outono o lugar preferido do verão,

um melro que deixou o jardim público

para fazer ninho num poema meu,

um barco chamado Cavalinho na Chuva

à espera da reparação no molhe da Foz.

Deve haver mais alguma coisa,

não serei tão pobre, cometemos sempre

a injustiça de não referir, por pudor,

coisas mais intímas: um verso de Safo

traduzido por Quasimodo, a mão

que por instantes nos pousou no joelho

e logo voou para muito longe,

as cadências do coração

teimoso em repetir que não envelheceu."

 

Eugénio, como estarás?... :,(
 
«A coerência total é a das pedras e talvez dos imbecis. »


Vergílio Ferreira, in Prefácio/Ensaio para "O Existencialismo é um Humanismo" de Jean-Paul Sartre 





«O direito de nos contradizermos foi esquecido na enumeração dos direitos do homem. »


Baudelaire citado por Vergílio Ferreira, in Prefácio/Ensaio para "O Existencialismo é um Humanismo" de Jean-Paul Sartre
 

 
foi dela, que eu roubei estas citações

é um dia

parteII  

 
 assim que cheguei às árvores...
 
2m de homem: posso dizer-lhe uma coisa?!
(ZÁS! pus a minha expressão#24!)
expressão#24: diga...
2m de homem: o meu cardiologista diz que não é bom caminhar de mãos nos bolsos, devemos fazer assim - e lá demonstrou o movimento sincronizado de braços em balanço
(ZÁS! é bem feita margarete!, não sejas antipática!)
expressão#0: pois, o problema é ficar sem saber onde pôr as mãos...
2m de homem: faça assim como lhe digo que não vai sentir isso - sorriu
(não posso garantir que tenha sorrido em retorno, não sei, não me lembro)
expressão#?: ok, a sério, vou fazer isso, começo já, veja... obrigada, um bom dia para si!
2m de homem: bom dia! - outro sorriso    
 
mais à frente encontro um mutt simpatiquézimo, cumprimentámo-nos, perguntei-lhe se me acompanharia na caminhada e assim fez, via-se que não gosta dos que correm nem das bicicletas, sempre que passava um eu dizia-lhe qualquer palavra de conforto, e assim caminhámos, umas vezes lado a lado, outras alternando, ora um de nós à frente, ora o outro, dei conta que os lábios estiravam, nascia o sorriso para este dia
 
as árvores lá estavam, o pensamento teimou em sincronizar com as batidas cardíacas e, até tentou superar o seu ritmo, qualquer coisa como uma taquicárdia mental  
 
 
parte III  
 
baixa, procura da "carta ao futuro", corri as livrarias todas - esgotado na editora!, arghhhhh fui acalmar à galeria
 

 

la casa del burgo, José Maria Barreiro
 
tive inveja, por não saber manusear tintas assim, no entanto, a baixa ficou mais bonita
(à excepção das madamas loiras madeixadas esticadas de batôn rosa claro brilhante ó lá o que é, sim, julgo pelas aparências! ou então, seria superficial - como diz um net-amigo)

a baixa, um palhaço, um saxofone, uma moeda, crianças de balões esculpidos, as famílias felizes pareciam estar felizes, cheiros bons, café
consegui pôr as ideias em ordem, ir ao alfarrabista, claro!, um golpe de sorte!
 
alfarrabista: ainda não consegui o livro que me pediu do David Mourão-Ferreira mas, tenho aqui este dele "um amor feliz"
(ZÁS!)
moi: ai! não! já li, tenho, não está a fazer nada nas minhas prateleiras e serve-me para discordar dos ententidos em David... não tenho pena nenhuma que ele não tenha escrito outros romances, para serem como esse, ainda bem que se ficou pela poesia e pelos contos!
(o discurso foi mais longo, o simpático do alfarrabista, Miguel, é o nome dele, olhou-me com ar de ok acredito, não discuto)
moi: não faz mal venho à procura doutro... "carta ao futuro" do Vergílio Ferreira
alfarrabista: olhe, nem de propósito, chegou ontem um!
(moi: sorriso largo, felicidade)
(deu-se a troca comercial, um pouco de conversa com o Miguel e desejos mútuos de bom fim de semana)
 
lári lári lári luuuuuuuu (moi contente!)
 
seguiram-se as compras domésticas, felinas, digo (ai, os €€€€ arghhhhh)
 
é um dia
 
 continua
mas seria injusto para mim colocar por palavras o futuro
 

it's gonna be a day anyway

open your eyes,  go'morning to the cat, tindersticks, toillet, mirror fuck! look like shit, don't understand, was such a nice gall last night! should look beautiful, o'well,  window's allready open shit! it's kind off cold, it's clowdy, anyway, feel like walking, a jacket will be the solution, turn on the pc, a stroll, nobody there, start writting down a bunch of words, still thinking about that father and that daugther from yesterday, beutiful people, hurting but still so beautiful, they need a lap, like all, if I'd know I believe in god, I would had thank him yesterday, anyway it's gonna be a day

Quisera

quisera

«O duelo com o indizível só cada um o pode travar.»

 

Silvina Rodrigues Lopes, Telhados de Vidro (nº1)

da poesia...

«Uma vida é uma conjugação de encontros. E há modos de fixar os encontros, um deles é a escrita poética, que fixa sem imobilizar; confere a intensidade do que é eterno, do que escapa à destruição cronológica.
Malraux disse que "a arte é a resistência à morte". É-o pela intensidade do que permanece no modo instável da disponibilidade e do apelo - um acto, uma emoção, uma sensação que encontraram a forma através da qual persistem, em plenitude e acabamento. Na arquitectura de um poema disseminam-se pontos de resistência, pontos de decisão, que o tornam inseparável do fazer em que se origina (nesse sentido, ele é biográfico, e anti-biografista, evidentemente). (...) É assim que a leitura é também ela autobiográfica, é também ela experiência, resistência. (...) Um poema destina-se sempre à experiência de quem lê, ao contínuo recomeço tangente à história individual, e que faz ressoar nela os espaços-tempos não mensuráveis. (...) (a sensação de que está tudo dito é talvez a mais mortífera). (...) A vocação da poesia (...) só pode ser invisível, indizível.»  
 
Silvina Rodrigues Lopes, Telhados de Vidro (nº1)
 Disamore, Federica Papini







nota: devaneio de uma noite de Verão, hábito adquirido, a distorção das palavras de outros, tradução da acção
 
 


 

yawp

cat

flower

or rain

or agony

yawp

a barbaric yawp

carpe diem

há um poeta em si

e vai murmurando

a verdade

as you moan, cry and scream

(múscia)

uma gruta

cachimbos

o sax também

(música)

alma

carpe diem, even if it kills me (está contente por eu ter telefonado)
(she was gonna call me… can you believe it’) (the point is… that… she was thinking about me)

carpe diem

stroll (metrónomo, as palmas salmodiadas ao ritmo militar)

não os trouxe aqui para os ridicularizar

… as vossas convicções são únicas

exerço o direito de não andar

(noite) today is my birthday

carpe diem

(mãos acariciam)

novas experiências, sempre (for who else stays)

it’s for you… it’s god!

pouco ortodoxos

os perigos do conformismo (resignação)

sugar o tutano da vida não significa sufocar o osso

sonho de uma noite de Verão

yes, sir

o professor, Mr. Keating, também tem uma vida, um quarto, a fotografia de uma mulher, livros

representar é tudo (capricho)

neve

flores e um poema

you don’t even know me

nenúfares, orvalho, medo

Verão

mãos dadas

e nós, com o vosso perdão, não é a nossa redenção

um olhar baixo, um sonho que passou

theatre

nada


na parede, a sombra do jovem que se despede da coroa de verão com que foi rei.
uma chave. Slow Motion. no.

manhã fria. Morto, um poeta. whitness.

recusa do facto. realidade. no. (música)

vazio. anúncio de um fim.

(“para quando morrer, não descobrir o que não vivi”)

cânticos lenga-lenga amen

honor

leia atentamente esse documento

da janela, um aceno, fairwell

what is poetry?

essa página foi arrancada

 

oh captain, my captain! (múscia, oh!, música) (not the end) (tears off hopeful happiness from my eyes)

thank you boys, thank you 

 


Mischa FullJames

sms

Vergílio no prefácio para Sartre:

"a súbita e violenta dádiva mútua e mútuo recebimento afirma-se num excesso de nós e que nos esquece e em que nos perdemos".



jasmim e a sereia

jasmim é uma flor, há uma essência que emana dela à qual só eu tenho direito, é o privilégio da amizade

(não se mede em anos, é sabido, mas gosto de lembrar que já vai para mais de 20 anos com comunhão permanente)

não há a necessidade de surpreender,

acontece tal como com a sereia, "fazer-se amar por alguém não é tentar dar-lhe de si mesmo uma imagem lisongeira, é existir em segurança no seio da sua liberdade" (Jean-Paul Sartre) enviou-me este pensamento por sms,

lembro-me do dia das sms's com a jasmim, eu sabia que havia acontecimentos..., agoniava, queria saber..., o meu desejo era tal modo intenso que telefonei telefonei telefonei mas, nada, enviei n sms's mas, nada



ao regresso do contacto dela, o que obtive como resposta foi confia no meu silêncio, confia na minha ausência





desde então, confio




(se não fosse o perigo de m'amandarem à merda, agradecia a amizade :P, assim, o que posso fazer é amar em retorno, não, em retorno, não, em simultâneo :D)



now and then always the kind of awakenings



Moledo, junho'2001



the sun's announcement an early goodbye in antecipation



(will accompany the word forever...)







"Well you're my friend

and can you see...

many times we've been outdrinken

many times we shared our thoughts

but did you ever...

ever noticed

the kind of thoughts I got

well you know I have a love

a love for everyone i know



to leave it I wont let go

but can you see

its oposition

comes rising up sometimes

but its dreadfull

and positioned... comes blacking in my mind

and then i see a darkness...



did you know how much i love you?

is a hope that somehow you can save me from this darkness

well i hope that someday buddy

we have peace in our lifes

together or apart

alone or with our wifes

and we can stop our whoring

and pull the smiles inside

and light it up forever

and never go to sleep

this isn't all i see



oh no i see a darkness...

did you know how much i love you?

is a hope that somehow you can save me from this darkness"



Bonnie Prince Billy



Federica Papini

















miscelânea tradutora da metamorfose desejada...



stillness please said the individual

__________________________________

























__________________________________



limited stillness

'till morning, after the evening that comes

'till the world, after refusal




‘till when. ‘till death. death doesn’t matter. stillness in a bountiful beauty home. thou it is not a way of feeling. thou it is not a way of life they say. thou the individual does not know tries to acknowledge which may be an impossible mission. mission. no missions there where the individual lies. words will not empty the individual. words will not fill the individual. it will not become a poem. it will not become a bunch of words. it will not consider a biography. there will be no considerations at all anyway. some periods no commas. no way to an unassuming appearance. no comments about contradiction. no comments about paradox. no. not at all. not even a poem. just not stillness. no. not at all. not even rich in any way. no no’s no yes’s.

fábula talvez de um homem

tudo começou num Sábado, começou no dia em que me mudei para esta rua. rua 25 de Abril. carregava caixas de louças e livros, olhei... esperem, não foi nesse dia que começou, (até a escrever sou gago) começou no dia em que fui ver o andar (diz-se apartamento, não é?, andar é o piso inteiro) com o homem da imobiliária. cheirava a Old Spice que tresandava. quando chegámos à rua. rua 25 de Abril. um Domingo. decidi logo que alugava ali. apaixono-me poucas vezes, confesso que essa foi uma delas, apaixonei-me pelo jardim em frente ao prédio. é aquele jardim que todos sonhavam ter na sua rua. rua 25 de Abril. o Old Spice Man vestia umas calças de fazenda vincadas, bem vincadas, via-se logo que tinha uma esposa. põe a mão ao bolso e tira uns quantos molhos de chaves. eu, à espera, tentava apreciar o tipo de vizinhança que passava. ele lá deu com as chaves. entrámos. escadas ou elevador? escadas. lá subimos ao 3º direito do nº7 da Rua 25 de Abril. liberdade. ao entrar, tudo bem, um apartamento como outro qualquer, 3 assoalhadas, a sala com varanda para a Rua 25 de abril, 1 casa de banho, cozinha com marquise, enfim, ai, a cozinha. foi aí que começou. nesse Domingo, Domingos, dias a que o Old Spice Man tem de deixar a esposa em casa para ver se ganha mais uma coroas para a goma. nesse domingo, percebi as saudades que tinha da minha mãe. ai. dói-me teclar isto. não fosse eu um homem gordo de transpiração catinguenta e sandálias com meias brancas (estragadas pela lavagem, encardidas), fosse um verdadeiro latino e impossível seria ter escrito dói. nesse domingo, ao percorrer as divisões do apartamento e aqui tem o quarto, 12 m2 ... passámos à cozinha. alucinação. calei-me. gelei. o Old Spice Man assustou-se sente-se bem? sim. não. ao entrar na cozinha alucinei. pequenino, sem ser um homem gordo de transpiração catinguenta e sandálias com meias brancas (estragadas pela lavagem, encardidas), alucinei. entrava de novo na cozinha de minha mãe enquanto ela amassava os bolinhos para os santos. doeu. porque percebi a ausência de liberdade da minha memória. das recordações doces que teimo doam.



clAud...

a césar o que é de césar...

eu sei, pego nas palavras levianamente, sem aspas, torço e distorço mas, foi ele, eu é que... enfim... senti...



"Imaginação



Procuro na escuridão o centro da carne

Proponho ao meu corpo um fim feliz

Huuum, regressar ao corpo

Huuum, donde vim

E as mãos estremecem a pele

Derramando sumos doces

Que seria do amor sem a imaginação?

Na, na, na, na...



O homem sorria de uma maneira estúpida

O homem estava estupidamente parado

Fez-me lembrar o louco da montanha

Que tinha a cabeça nas nuvens

E não queria ir a nenhum lado



O homem não tinha nada a comentar

Nem mesmo a ausência de peso nos ombros

E quando ao afastar-me olhei para trás

Pareceu-me ver um sobrevivente

No meio dos escombros



Resistes à invasão, resiste-te a ti

E subitamente és tu em chamas

Huuum, a forçar o espaço

Onde eu estou nu



Até que o último espasmo

Nos vem arrombar as portas

Sem o amor o que seria da imaginação?

Na, na, na, na...



E as estrelas não passam de desejos

Insatisfeitos"



Jorge Palma



regressar ao corpo

de onde vim

........

que seria do amor sem a imaginação?

nana na nana naaaaaaaaaaa

(hoje convidei o jorge palma)



huhu haha

o homem sorria numa maneira estúpida

.....

fez-me lembrar o louco da montanha

......................



(e

e eu

olho

olho a montanha)



subitamente

és tu

em chamas



até que o último espasmo nos venha arrombar as portas





6 ovos

1 colher de sopa de manteiga (manteiga mesmo!)

6 colheres de sopa (rasas) de açúcar (granulado fino)

1 tabelete de chocolate... pantagruel



junta-se a manteiga e o açúcar enquanto o chocolate vai derretendo em banho-maria,

junta-se à manteiga e açúcar, uma a uma, as gemas, depois, o chocolate e as claras batidas em castelo



voilá! mousse de chocolate!



lá estão, todos a dizer de sua justiça

estudo p'rá'qui, estudo p'rá'li...

muito bem, muito bem



ops



hoje baldei-me



e soube tãããããooo bem :)



citação, à la margarete, a tentar não ficar com dor de consciência:



profissional que se sabe baldar, sabe trabalhar



:P



exercício: glossário

palavras, expressões do estar bem, aceita-se colaborações,

começo:




música

amigos

cadela

poesia

sentir um não sentir

não sentir um sentir

leveza

hummmmmmmmmmmmmm




...



fenómeno físico

descompressão



e é assim... ou talvez não (?!)

uma vez vi uma citação que não sei referenciar agora...



"adulto é uma pessoa que pensa uma coisa, diz outra e faz o contrário..."



o sentir, deve estar incluído no pensar referido na citação (penso) pensa, sente, diz, não diz, olha, receia, evoca princípios morais, éticos, deontológicos, cala, jejua, priva-se, caminha, procura, perde (nunca), nunca possui (ainda bem) pois, não é possesão (pois, pois...), conclui convictamente, espera que não, espera que sim (espera de esperança)(espera esperar) nada afogando-se em palavras e tintas, (nada nadar)(nada vácuo)coragem, cobardia, não é exposição, não é intimidade, não é frieza, desejo, gostar, abraçável, frontalidade - o mais difícil, o mais honesto, o mais eficaz

trau!

mais uma para o panorama da vida política nacional...



é o que eu digo, e tou aqui, tou a postar o emormééééé



FMI ótra vez!

obrigada



sempre

Three Women- A Poem for Three Voices

"(...)



SECOND VOICE:



I have had my chances. I have tried and tried.

I have stitched life into me like a rare organ,

And walked carefully, precariously like something rare.

I have tried not to think too hard. I have tried to be natural.

I have tried to be blind in love, like other women,

Blind in my bed, with my dear blind sweet one,

Not looking, through the thick dark, for the face of another.



(...)"



Sylvia Plath

Three Women- A Poem for Three Voices

"(...)



SECOND VOICE:



And the man I work for laughed: «Have you seen something awfull?

You are so white, suddenly» And I said nothing.

I saw death in the bare trees, a deprivation.

I could not believe it. Is it so difficult

For the spirit to concieve a face, a mouth?

The letters proceed from these black keys, and these black keys proceed

From my alphabetical fingers, ordering parts,



(...)"



Sylvia Plath



tempo verbal, tempo de ser tempo, tempo, não sabe, o tempo, verbal, verbo, acção

e pensar que foste minha

sujeito masculino (s.m.)

a utilizar um pretérito tão imperfeito



perfeitamente imperfeito o s.m.

masculino

quando toma de novo para si o sujeito feminino (s.f.)

num tempo imperfeito



primeiros: 'brigadinhas ós senhores do 3º piso por cuidarem da saúde do meu pc :*



segundos: quando tiver tempo, faço-vos um bolo de chocolate! :)



terceiros: ela disse-me em 21 anos de serviço nunca tinha visto assim, :/ bicho de 7 cabeças?!... anyway... deve ser p'ra ficar assim... :)?



quartos: ele há coincidências!



quintos: quem foi o idiota que engendrou o provérbio depois da tempestade vem a bonança?! :(



sextos: tinha sódades do aknowledge :D



sétimos: nã sei por qual ponta pegar no trabalho que tá todo emaranhado!!! :§



oitavos: aguardem-me :P



nonos: valter hugo mãe - útero, páginas-> 14-17, 22, 27, 29, 30, 35, 37, 39, 40, 44, 45, 53-56



décimos: não há dúvidas, é um facto confirmado, sou a verdadeira infonaba, agora que tenho tudo arranjadinho... não consigo entrar no msn :/



décimo primeiros:
'brigadinhas ó tu, animal nativo do canadá, mas que quer ser de pedra, er... olha... nã consegui fazer aquela coisa download p'ra poder formatar os posts :/, amanhã chateio-te ótra vez...



décimo segundos: 'inda nã sei se 'tou ó não arrependida de nã'ir óvir as músicas...



décimo terceiros: g'anda seca ler este post



décimo quartos: ó xculpem lá 'tar a xcrever mal, mas num'aptece ser direitinha agora (e sei que há quem deteste este tipo de escrita, legitimamente) :P



décimo quintos: o manjerico gosta mais desta ração mas, bolas é cara!



décimo sextos: tenho de ir corrigir coisas e nã m'apetece e tem MESMO de ser hoje



décimo sétimos: o tabaco 'tá a acabar e tenho de ir lá abaixo comprar mais



décimo oitavos: tenho saudades de saltar ao elástico



bahhhhh, nã vou pôr aqui mais balelas



ops, vou...



décimo nonos: quisera (né p'ra já mas aproveito...)



ops, again...



vigésimos: temos novo modelo de comments, aknowledgenets, digo, mas, tenho górdadinhos todos os outros, não os apaguei!, simplesmente não dava para transferir para a nova modalidade (também autoria do tal animal nativo do canadá que quer ser de pedra...)



vigésimo primeiros: além de 'tar a xcrever á badalhoca, suspeito que há aqui muitos erros :/



vigésimo segundos: 'brigadinhas pelo trabalho das imagens :*



vigésimo terceiros: nunca acreditem em mim quando digo que não tenho mais nada para dizer :P



vigésimo quartos: quisera, ótra vez! :*



quisera

quisera



não quero

escrevesse

e corria o risco de te entristecer também



não há necessidade



fala-me de coisas boas

faz-me alargar o sorriso

e terá valido a pena,

não ter escrito



aquela palavra, portuguesa

passei os olhos por tanta da imprensa este fim de semana, já não sei onde foi

não me apetece ir pesquisar

que a palavra saudade foi considerada por um grupo de linguístas (não sei quantos, não sei onde, geograficamente falando)

que a palavra saudade é um dos vocábulos de maior dificuldade de tradução

nós, os portugueses, sim, sou portuguesa

nós, os portugueses, já sabíamos

digo, saudade





Júlio Pomar, não me apetece o título o ano, as obras de arte são nossas, nós os leigos hereges,

inventamos os títulos autobiográficos



ah!

e ainda não sei se resisto a colocar aqui as letras TODAS!



:P



a noite passada

não me apetece acabar o paperwork lá na tasca, regresso a casa, abro o e-correio com os documentos que me enviei para casa, trabalhos de casa, mas, porque é que liguei o leitor de cd's?!!! agora não o consigo desligar (seria uma heresia!) e fico em stillness mode



«A noite passada acordei com o teu beijo

descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo

vinhas numa barca que não vi passar

corri pela margem até à beira do mar

até que te vi num castelo de areia

cantavas "sou gaivota e fui sereia"

ri-me de ti "então porque não voas?"

e então tu olhaste

depois sorriste

abriste a janela e voaste



A noite passada fui passear no mar

a viola irmã cuidou de me arrastar

chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo

olhei para baixo dormias lá no fundo

faltou-me o pé senti que me afundava

por entre as algas teu cabelo boiava

a lua cheia escureceu nas águas

e então falámos

e então dissemos

aqui vivemos muitos anos



A noite passada um paredão ruiu

pela fresta aberta o meu peito fugiu

estavas do outro lado a tricotar janelas

vias-me em segredo ao debruçar-te nelas

cheguei-me a ti disse baixinho "olá",

toquei-te no ombro e a marca ficou lá

o sol inteiro caiu entre os montes

e então olhaste

depois sorriste

disseste "ainda bem que voltaste"»



Sérgio Godinho

aos Correios de Portugal

olhei a minha colecção de cartas retidas no remetente e introspectei acerca do desperdício de papel e tinta.

pois introspectei, palavra fixe esta, pior é que desconfio bem que não exista, o computador sublinhou-a de ondinhas vermelhas

começo a falar em alhos e entro logo a atirar bugalhos... reconheço e sei que não é por qualidades de raciocínio rápido como característica genial, sei que é devido a qualquer alteração de pragmática

pensei, o que fazer a estas cartas tão cheias de divagações que desperdiçariam precioso tempo dos seus destinatários, nem ridículas são...

deixá-las no papelão? não! nem pensar! ainda caía em tentação de as ler a rapariga que trabalha na linha de separação dos lixos coitada! nem pensar!

depois pensei em fazer DELETE mas lembrei-me que essa opção só existe no computador (e nas memórias?)

matei a minha cabeça. o que fazer a estas cartas? entrei em stress. eis que surge a solução! enviá-las aos Correios de Portugal. deixá-las retidas no intermediário pois farta delas está a sua remetente

pronto, lá tenho eu de escrever outra carta, uma carta de apresentação destas cartas ao Ex.mo Sr Director (ou será Presidente? Ou Chefe? Estou feita!) dos Correios de Portugal a explicar motivo de tal pedido de armazenamento

claro que esta carta também não chegará ao seu destinatário

Complicada esta situação!

Estou a ficar baralhada

E se deixássemos isto de parte?

Não consigo encerrar dignamente o episódio que descreve o destino destas cartas

Frustração : #



aprendiz de aprendiz

no terceiro transporte público

para lá chegar,

autocarro- comboio- autocarro

já o suor me descia o corpo em pingos

medo, tinha medo

e aconteceu,

perdi o respeito por ela, a a.

ganhei o respeito de mim

sem rancores, mas, hoje não consigo olhá-la por saber o que me fez passar



valeu-me a g. que,

sem saber das minhas intenções de desistir,

foi mais que minha mestre, obrigada, sempre, obrigada!



aplicar

ver

mexer

aprender a ver



trazes medo nos olhos,

é este bicho que vive nesta casa,

apavora qualquer um.

olha, se há momentos de compreensão da condição humana, este pode ser um local onde, de quando em quando, a olhes nos olhos





não tenhas medo, não mordo!, espero mostrar-te o que não sabemos, vai correr tudo bem, eu estou aqui



ah! és muito bonita!