sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

conselho/pedido

vem,

corre,

devagar,

não quero que caias pelo caminho.



Cláusula 10ª

Determina a suspensão do contrato de trabalho o impedimento temporário por facto não imputável ao SEGUNDO OUTORGANTE que se prolongue por mais de um mês, nomeadamente o serviço militar obrigatório ou serviço cívico substituitivo, doença ou acidente.

O contrato considera-se suspenso, mesmo antes de decorrido o prazo de um mês, a partir do momento em que seja previsível que o impedimento vai ter duração superior àquele prazo.

O contrato de trabalho caduca no momento em que se torne certo que o impedimento é definitivo.

O impedimento temporário por facto imputável ao SEGUNDO OUTORGANTE determina a suspensão do contrato nos casos previstos na lei.



o Caetano...

«Ouro de Tolo



Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego

Sou dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês

Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista

Eu devia estar feliz porque consegui comprar um corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema

Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa

Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis

Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado

E agora me pergunto: e daí?

Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar

aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concebido o Domingo

Pra ir com a familia no Jardim Zoologico dar pipoca aos macacos

Ah mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado

Macaco, praia, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho se sentir um grandesíssimo idiota

Saber que é humano, ridículo, limitado

E que só usa dez por cento de sua cabeça animal

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial

E que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social

Eu é que não me sento no trono de um apartamento

Com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais

No cume calmo do meu olho que vê

Assenta a sombra sonora dum disco voador.»


My Life is a Game

mylifeisat.blogspot.com



acabou, assim, sem eu dar por isso,

há já algum tempo,

deixei passar alguns dias sem dar o saltito lá pelo que

não sei sequer se houve despedidas ou se foi um adeus não anunciado



felizmente, ia seleccionando e imprimindo algumas coisas,

os meus olhos têm saudades da estética do my life,

mais importante, sinto-me mais pobre por não aceder às suas mensagens



«If we break the world, as we are doing, into

instrumental networks with no meaning for most

people, and pure meaning but no instrumentality -

survival communes - it becomes a very dangerous

world, a world of aliens, aliens to each other.»



«keyword



energy»


in mylifeisat.blogspot.com, 09/03/2004
cântaro à cabeça,

a caminho da fonte,

eu vou, repetindo,

não beberei daquela água







à falta de outras sensações

à falta de outro saber

saber, mesmo assim,

que continua a amanhecer



só para dizer...







saudades



trabalho das mãos (colaboração mútua do coração e da mente)

uma vez, costurei, à mão,

umas cortinas

lilás



senti-me tão bem

gostei do dedal

gostei da linha

gostei da agulha

gostei da tesoura

gostei das linhas pelo chão



gsotei dos meus dedos a trabalhar

(não olhava as minhas mãos)



agora, devo cavar



não devo cravar



The Band







«The Weight



I pulled in to Nazareth, was feeling 'bout half past dead

I just need some place where I can lay my head

"Hey mister, can you tell me where a man might find a bed?''

He just grinned and shook my hand, "No'' was all he said



Take a load off, Fanny

Take a load for free

Take a load off,

Fanny And you put the load right on me



I picked up my bag, I went looking for a place to hide

When I saw Carmen and the Devil walking side by side

I said "Hey Carmen, come on, let's go downtown''

She said "I gotta go but my friend can stick around''



Go down Miss Moses, there's nothing you can say

It's just old Luke, and Luke's waiting on the judgement day

"Well, Luke my friend, what about young Anna-Lee?''

He said "Do me a favour son, won't you stay and keep Anna-Lee company?''



Crazy Chester followed me and he caught me in the fog

He said "I will fix your rat if you'll take Jack my dog''

I said "Wait a minute Chester, you know I'm a peaceful man



Catch a cannonball now to take me down the line

My bag is sinking low and I do believe it's time

To get back to Miss Fanny, you know she's the only one

Who sent me here with her regards for everyone'' »




do período...

as poucas vezes que ligo a tv vejo-me invadida por anúncios a pensos higiénicos e tampões,

há um em especial em que "entrevistam" várias pessoas, há várias opiniões, mesmo no fim, um rapaz bem novinho mostra o saco das compras com os ditos pensos e diz qualquer coisa como "e uma boa dose de carinho!", é de uma ternura enorme! e mais, é de esperança, tratando-se de um jovem, dá ideia de que a malta que aí vem... está sensibilizada para as alterações que se dão nesses dias...

um amigo meu tem a simpática teoria de que deveria haver uma lei que permitisse às mulheres faltar ao trabalho nos dias pré e/ou menstruais, conforme as necessidades de cada uma...

enfim, nesses dias, haja um/a cuidador/a junto de nós, carinho, talvez chocolate, talvez silêncio, talvez uma mão a enviar calor ao nosso ventre, talvez música, talvez um caldinho, carinho, certamente!

ontem, teria mesmo faltado ao trabalho... com lei ou sem ela...

Leis da Natureza.



«(...)

As canções que ouvimos são suaves, mas atraem-nos

ainda mais

as que não escutamos; continuai pois,

melodiosas flautas,

o vosso ritmo. Não para o ouvido corpóreo:

mais intímas,

entoai para o vosso espírito as canções silenciosas.

Sob uma árvore, formoso adolescente, não podes deter

o teu canto, nem estas árvores perder suas folhas.

E tu, amante ousado, nunca conseguirás dar o teu beijo

ainda que permaneças sempre tão próximo;

mas não sofras,

ela não há-de envelhecer e, apesar de não possuires a

felicidade,

continuarás a amá-la, olhando para sempre a sua formosura.

(...)»



John Keats


só isto,

um excerto dum poema de Paula Cruz em Consciência Mutante:



«Não me soluciono em ondas capazes

de anular a minha sobrevivência.»



The Beach Boys





«Wouldn't It Be Nice



Wouldn't it be nice if we were older


Then we wouldn't have to wait so long

And wouldn't it be nice to live together

In the kind of world where we belong



You know its gonna make it that much better

When we can say goodnight and stay together



Wouldn't it be nice if we could wake up

In the morning when the day is new

And after having spent the day together

Hold each other close the whole night through



Happy times together we've been spending

I wish that every kiss was neverending

Wouldn't it be nice



Maybe if we think and wish and hope and pray it might come true

Baby then there wouldn't be a single thing we couldn't do

We could be married

And then we'd be happy



Wouldn't it be nice



You know it seems the more we talk about it

It only makes it worse to live without it

But lets talk about it

Wouldn't it be nice»



há uma banda sonora,

hable com ella








; )





stillness

__________________________________























__________________________________

beautiful warmth



as mãos

as mãos

eram

foram

são?



tenho de reflectir um pouco sobre isto,

duma coisa tenho a certeza,

da beleza



as mãos



suspeito que qualquer extremo se dará,

a memória, o permitirá,

os dias que se seguem o dirão



qualquer coisa assim...

faltam-me as palavras

ou antes,

faltam-me as mãos (mas não temeis, não é ausência)



as mãos



ah! e as rochas parideiras,

duma mão para outra...







daqui vê-se o Verão. não se perde a visão. cerca das 2 PM oiço o vizinho das traseiras e o seu saxofone, páro tudo, o cd e um schiu ao manjerico

os Abílios, parece que foram tentar a sorte para os algarves e, infelizmente, parece que não está a correr bem...

o João e a Susana continuam os mesmos simpáticos

dei o escrito que escrevi numa tarde de saxofone do Verão passado, ao João e ele retribui dando-me a ouvir o esboço dum cd que espera ver lançado. está fantástico (não sendo eu, porém, crítco de música), o som do sax e do piano, a voz de um dos Abílios, letras de Fernando e seus heterónimos mas também, letras do João.



hoje e amanhã há teatro

temos a feira do livro, como sempre

jazz

o cinema está bastante, digamos, activo, mas ainda não me apeteceu

amanhã temos cá um poeta, que me faz confiante na minha geração (confesso, tenho medo que ele se estrague)

os livros, feliz*, que já li, (e os que me aguardam)



ah!

sol, areia e mar

daqui, vê-se o Verão.

*este termo, não é habitual em mim, deve ser mesmo efeito de férias

Eufémia

desde que começara a ler. mais uma das componentes da sua nova vida. Eufémia sentia-se quase enlouquecer ao perceber o que não sabia, quantas palavras escritas em vão, quantas outras não lidas, em vão. não tinha método na escolha das suas leituras. um livro era lido por ser recomendado. um livro era lido por saber do renome de seu autor. um livro era lido porque a sua capa era bela. um livro era lido pelo título que lhe fora atribuído.

este livro era lido pelo título que lhe fora atribuído Uma Desolação, de Yasmina Reza. Eufémia fica muitas vezes parada diante de certas frases que vê formadas, tomando sentido, traduzindo o sentido que ela não sabia estar escrito assim. pára diante de um excerto, lembra-se de Alberto, do dia em que o conheceu no banco do jardim.

lembra-se de Alberto lhe aconselhar a ler Fernando Pessoa (desse já havia ouvido falar...). cartas ridículas. Eufémia olha o exercto de texto da desolação e sorri. pensa o quanto ignorava que antes seria incapaz de escrever uma carta ridícula. antes.

relê o excerto «um dia recebi um bilhete de Léo, e digo-lhe desde já que se trata de uma frase de Louis Aragon, que ele tinha desencantado não sei onde, porque, como sabe, o Léo praticamente não lia (...) tinha escrito numa folha de papel de máquina dobrada em quatro: Não leias esta carta, lê a outra, a que eu rasguei. imagina que eu rasgo constantemente uma carta, uma espécie de carta...»

Eufémia continua a sua leitura e volta a parar. «ainda me acontece querer decifrar palavras nunca escritas, nunca formuladas e nunca escutadas.»

depois de outra pausa, Eufémia continua. «há mulheres que se vangloriam de saberem prender um homem dessa maneira. A mim, pelo contrário, isso sempre me tornou muito vulnerável. Quando se está nos braços de um homem com reputação de conhecer as mulheres, pensamos se somos decepcionantes ou banais.»

Eufémia pára, fecha o livro.





«Dentes Podres em Lisboa



O poeta medíocre

encheu os pulmões

de ar maligno

e disse para as paredes

que como sempre

o cercavam:

"chega de poemas de amor".



Não demorou a perceber,

o poeta medíocre,

que sem poemas de amor

ele não existia sequer

- ou era ainda,

na melhor das hipóteses,

mais medíocre

do que se acostumara a ser.



As palavras afluíram-lhe então

como um vómito frio e cansado,

dentes podres de uma musa

"que já foi com todos"

e com ele também.»



Manuel de Freitas, in Os Infernos Artificiais







... o resto irá de caminho, por minha mão e meu abraço.



sim, o que te posso oferecer todos os dias é a minha amizade,

nem sei se é este nome que se dá ao sentimento de irmandade

que por ti sinto

mas, hoje é o teu aniversário, choveu por aí,

é dia de eu me deslocar,

escolher e dizer levo este, é para oferta, para o grande amigo :)



PARABÉNS!



adoro-te!