sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

Parabéns a mim, à minha mãe e à minha avó velhinha.

Cá estou, um pouco maior, pois que é para cima que crescemos.
O primeiro pensamento vai sempre para a avó velhinha. Depois… depois catadupa.
Um jorro de pensamentos de tipo fazer anos é...

Fazer anos é o marco do dia em que saímos do bem-bom e o ar toca a nossa pele pela primeira vez.
Fazer anos é esse dia em que passámos a existir após a forma do desejo, do sonho (se é que tenhamos sido um sonho de alguém).
Fazer anos é fazer uso do calendário que usamos deste lado do mundo e dizer que isso é especial.
Fazer anos é ter uma série de pessoas a lembrar-se de nós “especialmente nesse dia”.
Fazer anos é ter uma série de pessoas a mobilizar-se para estar connosco nesse dia em específico.
Questiono-me acerca da importância dos aniversários e recuso-me dizer que é um dia igual aos outros.
Estou um bocadinho maior, como diz a canção de aniversário da minha vida.
Nunca vos dei a ouvir a minha canção de aniversário, pois não? Aqui vai.





Sou definitivamente uma pessoa de aniversários.
Um balanço: estranho é que estando maior e “a little bit smarter” e “a little bit nicer” tenho a sensação de vir a negligenciar cada vez mais os que me são queridos. Coisas da vida e das experiências, não é? Pois, mas não pode ser. Não faço resoluções de ano novo, embora o meu aniversário seja cronologicamente aproximado do início do novo ano. Faço resoluções de aniversário, para estar à altura do crescimento.
Para este 37º ano da minha vida vou tentar estar mais perto.
Amo-vos.

(something is) [ you are ] calling you



Os chamamentos são mínimos e residem na tua cabeça em marteladas pouco suaves. Queres alcançar o cosmos, partes os braços. Odeias a tua consciência, odeias a tua andança. Os chamamentos não são mínimos e tu não arredas pés das opiniões. Odeias a tua consciência. Nem por isso corres. O corpo não te admite fraudes nem extremos. Dirias ]estremas[, que é das fronteiras que advém o teu ódio. Apontas uma seta ao teu cérebro e não consegues decidir se estás a apontar um caminho ou um alvo. Apontas com o dedo mas o dedo não te chega. Desenhas uma seta num bocado de cartão rasgado de uma das caixas onde empacotaras os livros agora com residência fixa. Recortas essa seta (com tamanho de braço, a ponta da seta cabe na medida da tua mão). Recortas a seta e fazes um estandarte de arame liso e não-farpado. Sais à rua com a seta presa pelo estandarte - parece um halo, que se agarra no teu pescoço pelo arame.  Sais à rua com a seta a apontar-te a cabeça e vais anunciando que odeias a tua consciência.

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