Os chamamentos são mínimos e residem na tua cabeça em marteladas pouco suaves. Queres alcançar o cosmos, partes os braços. Odeias a tua consciência, odeias a tua andança. Os chamamentos não são mínimos e tu não arredas pés das opiniões. Odeias a tua consciência. Nem por isso corres. O corpo não te admite fraudes nem extremos. Dirias ]estremas[, que é das fronteiras que advém o teu ódio. Apontas uma seta ao teu cérebro e não consegues decidir se estás a apontar um caminho ou um alvo. Apontas com o dedo mas o dedo não te chega. Desenhas uma seta num bocado de cartão rasgado de uma das caixas onde empacotaras os livros agora com residência fixa. Recortas essa seta (com tamanho de braço, a ponta da seta cabe na medida da tua mão). Recortas a seta e fazes um estandarte de arame liso e não-farpado. Sais à rua com a seta presa pelo estandarte - parece um halo, que se agarra no teu pescoço pelo arame. Sais à rua com a seta a apontar-te a cabeça e vais anunciando que odeias a tua consciência.
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