a mulher era observada por um bando de gente 
desde que se mudara para o bairro que causava curiosidade a todos. 
era uma desconhecida, mas não era indelicada, cumprimentava todos, bom-dia, boa-tarde, um sorriso às crianças, um olhar de mostrava desejo de afagar um cãozito ou um gato. 
todos se questionavam. era injusto que não soubessem o seu passado, uma vez que viera habitar o bairro (tinha um passado, de certeza!). 
na mercearia, fazia as aquisições necessárias à sobrevivência destes dias, com extremo rigor na selecção - qualidade e quantidade - de cada consumível (3 laranjas, 1/2 couve lombarda, 1 barra de sabão azul, 1 pacote de manteiga açoreana, 0,5 kilo da alpista). foi na mercearia que conseguiram saber o seu nome, à laia de cumprimento ora, bonsdias Sra. Dona...?!, 
- Eufémia, respondeu a mulher  
  
quatro coisas já sabia o bando de gente: 
  
#1  era viúva, pois, utilizava duas alianças de oiro no dedo anelar esquerdo claro que pode ser um disfarce para manter o respeito ripostou uma das mulheres do bando, ao que a florista respondeu não, não é disfarce porque eu reperei bem que as alianças têm um aspecto gasto,  estão riscadas do uso, insistente, a primeira mulher ainda argumentou se for calculista, pode tê-las comprado nalguma loja de penhores!... 
#2  tinha um periquito 
#3  vivia sozinha 
#4  o seu nome era Eufémia 
  
 
 
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