A transparência é estado contra-natura
Quando a rebelião não cabe nos picos
Excede a alforria prevaricadora a grasnar
A pele descasca-se a ferir a vista enxuta
Malfado cor'poema* agudo assim grave
A transparência não-regulada doutrina
Rendilha o túmulo da memória aberta
A transparência é estado contra-natura.
Ah.
Quisera lei proibitória da alma na cara.
Quando a rebelião não cabe nos picos
Excede a alforria prevaricadora a grasnar
A pele descasca-se a ferir a vista enxuta
Malfado cor'poema* agudo assim grave
A transparência não-regulada doutrina
Rendilha o túmulo da memória aberta
A transparência é estado contra-natura.
Ah.
Quisera lei proibitória da alma na cara.
* apropriação e transformação da palavra corpoema d'O exílio do Imaginário
pintura
4 comentários:
"as coisas que são uma só no plural dos nomes. - e nós estamos dentro, subtis e tensos na música" h.h.
ferimos a vista de nomes, não é? mas chegamos sempre, inevitavelmente sempre, à transparência das mesmas coisas.
ferimos a vista de nomes é tanto isso, Nuno, tanto!
like a merry-go-round...
em tempos escrevi qualquer coisa como "em vão falamos dos carrosséis em redor de coisas difíceis"
vês?
[ Quase todos os dias posso morrer. ] [ (ficar) (aguardar) ]
Quase todos os dias posso morrer.
Não tenho chagas na boca
e provavelmente uma anciã
lavar-me-ia os beiços com água e pimenta.
Digo da morte identidades
que ignoro na pele
devaneio a minha mortalha
ofuscada
pelas outras, esses leitos anunciados,
macilentos que percorro
a sugar dias e horas e anos
tenho posse de anos e horas e dias
sugada em mim.
Não padeço de desprezo
engulo e regurgito
miragens, eis:
De covis sortidos chegam
perfumes azedos da angústia.
Berros em largada de cólera - Quantas vezes
(quantas vezes?)
tiveram de fugir com filhos a braços?
Retorço
internamente enxovalhada
respondo:
Ficar a aguardar conciliação nas mãos alheias?
(provavelmente uma anciã
lavar-me-ia os beiços com água e pimenta).
....................
bom-dia :)
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