sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

{ a fadiga da alma e o pico do início }


A transparência é estado contra-natura

Quando a rebelião não cabe nos picos
Excede a alforria prevaricadora a grasnar

A pele descasca-se a ferir a vista enxuta
Malfado cor'poema* agudo assim grave

A transparência não-regulada doutrina
Rendilha o túmulo da memória aberta


A transparência é estado contra-natura.
Ah.
Quisera lei proibitória da alma na cara.




















* apropriação e transformação da palavra corpoema d'O exílio do Imaginário
pintura

4 comentários:

Anónimo disse...

"as coisas que são uma só no plural dos nomes. - e nós estamos dentro, subtis e tensos na música" h.h.

ferimos a vista de nomes, não é? mas chegamos sempre, inevitavelmente sempre, à transparência das mesmas coisas.

Anónimo disse...

ferimos a vista de nomes é tanto isso, Nuno, tanto!

like a merry-go-round...

Anónimo disse...

em tempos escrevi qualquer coisa como "em vão falamos dos carrosséis em redor de coisas difíceis"

vês?

Anónimo disse...

[ Quase todos os dias posso morrer. ] [ (ficar) (aguardar) ]

Quase todos os dias posso morrer.
Não tenho chagas na boca
e provavelmente uma anciã
lavar-me-ia os beiços com água e pimenta.

Digo da morte identidades
que ignoro na pele

devaneio a minha mortalha
ofuscada
pelas outras, esses leitos anunciados,
macilentos que percorro
a sugar dias e horas e anos


tenho posse de anos e horas e dias
sugada em mim.


Não padeço de desprezo
engulo e regurgito
miragens
, eis:

De covis sortidos chegam
perfumes azedos da angústia.
Berros em largada de cólera - Quantas vezes
(quantas vezes?)
tiveram de fugir com filhos a braços?

Retorço
internamente enxovalhada
respondo:
Ficar a aguardar conciliação nas mãos alheias?

(provavelmente uma anciã
lavar-me-ia os beiços com água e pimenta).


....................

bom-dia :)