«Mais», rogara, «mais», mas por fim ele caiu para trás com uma colossal dor de cabeça e disse-lhe que não podia continuar a arriscar a vida. Tinha-se sentado pesadamente, pálido, a transpirar e ofegante, enquanto ela prosseguia sozinha a sua demanda. Nunca tinha visto nada assim. É como se estivesse a lutar contra o Destino, ou com Deus, ou com a Morte, pensara; como se, se conseguir ultrapassar mais uma, nada nem ninguém a possa deter de novo. Parecia encontrar-se numa espécie de estado de transição entre mulher e deusa e ele teve a estranha sensação de ver alguém a deixar este mundo. Ela estava prestes a elevar-se, a elevar-se mais e mais, tremendo eternamente no supremo frémito delirante, mas em vez disso alguma coisa a deteve e um ano depois estava morta.
in Teatro de Sabbath de Philip Roth
Publicações dom Quixote, Colecção Ficção universal
2000
Dead Girl de Egon Schiele
1910
4 comentários:
Ooooolha a bela da ideia!
:D:D:D
que fique registado: O PAULO FOI O RESPONSÁVEL PELO MEU INTERESSE EM LER ESTE LIVRO.
(já lá vão 4 anitos...)
OBRIGADA
O BRI GA DA
;)***
:-)) lol, prontos, prontos; até parece que fui em quem o escreveu... :-(
:P
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