Agora que ela desaparecera para sempre parecia-lhe incrível que, nem mesmo quando tinha sido o amante muito louco e enrabichado, antes de Drenka se ter tornado um absorvente passatempo para se divertir com ela, foder com ela, conspirar e tramar com ela, parecia-lhe incrível que nem mesmo então tivesse pensado em trocar a torturante chatice de uma Roseanna alcoólica e assexuada para casar com alguém cuja afinidade com ele não tinha paralelo com a de qualquer outra que conhecera fora de um bordel. Uma mulher convencional capaz de fazer tudo. Uma mulher respeitável suficientemente guerreira para contrapor à dele a sua audácia. (...) E ele nunca fizera a mínima ideia disso. Nunca, em treze anos, se cansara de olhar pela sua blusa abaixo ou pela sua saia acima, e mesmo assim nunca fizera a mínima ideia!
Agora esse pensamento arrasou-o. Ninguém acreditaria que o escandaloso conspurcador da cidade, o porcalhão do Sabbath, fosse capaz de um tal dilúvio de sentimento genuíno.
in Teatro de Sabbath de Philip Roth
2000
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