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Não se perde a doçura ao largar a meninez, diz-me cada instante no teu olhar.
Apostaste todas as apostas que fiz, e nunca me disseste que perdeste. Chamaste-me mulher quando te declarei as minhas derrotas.
De ti, trago esta sina de falar como se quisera cantar as palavras todas.
Um patriarca entre mulheres, de ti, trazemos a nossa palavra da noite. E eu quero que o mundo saiba desta laçada que me impele a dizer do homem que se atarefou de vida a fazer a vida.
Sei que permaneces comigo ao colo. Digo-te que o meu regaço cresceu no dia em que me disseste “Agora sou órfão.”.
Incorro numa promessa: estarei aqui na vida a fazer a vida, na força em que me alumiaste. Por nós, pelo bem-querer.
A cada vez que vou embora, peço-te em mudez a bênção.
A tua bênção, meu pai.
photo: You'll Be a Fortress and I'll Be Safe Inside Your Massive Walls, 1978
Jan Saudek