Exalo o fumo da última inalação. Mais um
cenário doméstico de repetição. Escondo
o ruído das viações que circulam ali
em baixo. Descolo o tecido das peles
e amarroto o papel que separei da prata.
Incendeio o seguinte lamentando. Lamento
a esta hora uma infinidade de ai’s.
Agarro-me cheia de isto que tenho
sido. Picam-me os cabelos na cara.
Escapei da maternidade de que lembro
os lamentos. Ai. Penso mal de mim
que não esqueço ao queimar o fumo
a ocorrência do pescoço esburacado
queimado cerzido. Moo tanto os ai’s.
Arrancara-me daqui eu forte cumpriria
algo em honra de um pouco de sabedoria.
Abaixo as minhas aflições. Abaixo. Abaixo.
Amainada queimo lento este
agora percebo
a impressão das marcas que me dei com os pés.
Se for esburacada a minha pele.
É bem feito.
A execução destas coisas é
estranheza. Perturba-me escassamente
a urgência
pelos teus beijos.
ilustrações de Cláudia Santos Silva aka blue :)
2 comentários:
gosto imenso. diria mais: parece terem sido os desenhos feitos para para o teu texto!
:)
(obrigada, margarete)
obrigada também! :)*
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