sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

[ que esperar de nós? *]

digo

o aperto da ambiguidade

com serventia ao nosso coração
labora calmo, devastador
a arrepiar a intimidade

leio

«(...) quando falávamos os nossos olhos não coincidiam
com nenhuma palavra.


Teria gostado de te levar comigo outra vez
mas era difícil recuperar as razões
para o desejo. E no caso de nos ter acontecido uma mudança
onde é que havíamos de procurar
os seus indícios?
(...)»

Rui Pires Cabral

auguro

Muitos estamos desprevenidos. A estação está a desoras com a tradição e outros tantos, distraídos no traje, estão a banhos frios. Enjeitados.

Assim é este modo

(escrevo o exercício do adeus)

tudo
este engodo, a minha despedida

A estes dias vou embora,
não se inteirem, não é da doença
mas do decurso da cura.

Assim me engodo.
Tudo à frente de todos.
Esvazio-me com cuidado.
excerto do poema de Rui Pires Cabral e photo, ambos surripiados à lebre

* título do JPN, respirar o mesmo ar

3 comentários:

Anónimo disse...

já aqui foi escrita a palavra "publicação". pois eu também não posso deixar de sentir vontade de te ler em páginas de papel.

Anónimo disse...

Bom-dia, Ana [agora tb "c."? :)]

Li o teu comentário ontem, como saberás, nem sempre sabemos como responder aos comentários, outras vezes sabemos meia-dúzia de palavras, ou um sorriso... beijos e pele é sempre bom ou o suave silêncio.

Queria dizer-te que sei que isso é um enorme elogio - a sugestão de publicação - que o recebo assim mesmo: lisonjeada.

…mas eu ainda (?) não sei pensar esse assunto... aliás, eu nem sei se o irei pensar (e "se"... "como" o fazer?), como vês: assunto estranho para mim, diria mesmo, assunto deveras confuso :D



beijos, sorriso, silêncio implícito
um bom dia para ti!

:) obrigada

Anónimo disse...

margarete,

faço-te uma sugestão: cosmorama. é uma editora pequena mas com muito cuidado nas publicações, atenta a novos autores, com sensibilidade. "publicar" tem muito que se lhe diga e percebo que não saibas pensar isso.

sim, agora ana c. (mas não apenas c.)

bom dia para ti também.

(gostei muito do "quase todos os dias posso morrer". aliás, mesmo quando venho aqui e não digo nada, gosto).

beijinho