Está a olhar para a fotografia à mão e a engolir a solidão toda. Escreve a imagem com a mão que se amassou de lodo no afogamento. Agarra a força com muita. E comove-se até engasgar disto tudo. Isto tudo aparece ao lado da ideia: demais.
A ideia de que isto é tudo e que isto tudo é demais colou-se na pele e distrai-lhe o ser numa dor.
Que chama
um pranto.
Que teima em não
suceder.
Será isto - tudo? Será este tudo - demais? Não. É um instante.
(Sôfregos são muitos os dias e fantoches nós nas nossas mãos de lodo.) Ao cobertor, junta as peças do final da hora. É o cobertor. Velho. De sua posse.
Calor.
São os olhos a arder das expressões. Não é cegueira. Repete: são os olhos a arder das palavras sentidas.
Não é surdez-mudez. Nem a ausência de vogais, nem a ausência de consoantes.
Que seja a retirada em palavras.
Oxalá haja uma evasão.
(Há. Existe.)
Subterfúgios.
(Se dizemos surdo, dizemos bem. Se dizemos mudo, dizemos bem.
Poucas são as probabilidades de dizermos, de uma vez bem dita, surdo-mudo. Há, mas nunca vi. Em muitos, alguns anos, nunca vi.) E, quando é cega é-o apenas por momentos selectivos, portanto, a probabilidade de lhe ter surgido um surdo-mudo durante alguma das suas cegueiras momentâneas é, ela também, diminuta.
Há azares, dirão. Que isto tudo que pode ser demais tem as suas coisas do acaso e a quem sorteada calhe a surdez pode ser abanada também uma mudez. Pois há. (E eu vi.) (Eu já vi. E a mim não calha um prémio por ter visto, que seria de morbidez isto, demais. Expressamo-nos assim confusos de ouvir mal a mudez. Expresso-me assim confusa de ouvir mal a mudez.)
Está a olhar dentro da água. Onde nunca conseguiu abrir os olhos. E engoliu muita.
Cicatriza lâminas de que se trespassou. Com prejuízo de outros. E arroja culpas. E arroja medos.
Passa devagar a tentar desperceber-se. Estranha. Esquiva. Vem de olhar dentro da água e estranhou os trespasses de lâmina, os falsos trespasses. Atravessa a tentar escapar a mais algumas assumpções. E atravessa.
Descansa um pouco inerte.
Retoma a lembrar a surdez-mudez, que é tão rara. Trespassa a ideia. Nauseia.
Insignificante vibração a que sai do grunhido acabado de nascer em si. Sem lhe pedir, fica.
Tão rapidamente. Volta a descansar. Salta.
Baixa. Abaixa-se e resta enfim no pranto tardio. Abaixa-se a descansar entre águas. Assim, o silêncio ocupa o lugar merecido.
A ideia de que isto é tudo e que isto tudo é demais colou-se na pele e distrai-lhe o ser numa dor.
Que chama
um pranto.
Que teima em não
suceder.
Será isto - tudo? Será este tudo - demais? Não. É um instante.
(Sôfregos são muitos os dias e fantoches nós nas nossas mãos de lodo.) Ao cobertor, junta as peças do final da hora. É o cobertor. Velho. De sua posse.
Calor.
São os olhos a arder das expressões. Não é cegueira. Repete: são os olhos a arder das palavras sentidas.
Não é surdez-mudez. Nem a ausência de vogais, nem a ausência de consoantes.
Que seja a retirada em palavras.
Oxalá haja uma evasão.
(Há. Existe.)
Subterfúgios.
(Se dizemos surdo, dizemos bem. Se dizemos mudo, dizemos bem.
Poucas são as probabilidades de dizermos, de uma vez bem dita, surdo-mudo. Há, mas nunca vi. Em muitos, alguns anos, nunca vi.) E, quando é cega é-o apenas por momentos selectivos, portanto, a probabilidade de lhe ter surgido um surdo-mudo durante alguma das suas cegueiras momentâneas é, ela também, diminuta.
Há azares, dirão. Que isto tudo que pode ser demais tem as suas coisas do acaso e a quem sorteada calhe a surdez pode ser abanada também uma mudez. Pois há. (E eu vi.) (Eu já vi. E a mim não calha um prémio por ter visto, que seria de morbidez isto, demais. Expressamo-nos assim confusos de ouvir mal a mudez. Expresso-me assim confusa de ouvir mal a mudez.)
Está a olhar dentro da água. Onde nunca conseguiu abrir os olhos. E engoliu muita.
Cicatriza lâminas de que se trespassou. Com prejuízo de outros. E arroja culpas. E arroja medos.
Passa devagar a tentar desperceber-se. Estranha. Esquiva. Vem de olhar dentro da água e estranhou os trespasses de lâmina, os falsos trespasses. Atravessa a tentar escapar a mais algumas assumpções. E atravessa.
Descansa um pouco inerte.
Retoma a lembrar a surdez-mudez, que é tão rara. Trespassa a ideia. Nauseia.
Insignificante vibração a que sai do grunhido acabado de nascer em si. Sem lhe pedir, fica.
Tão rapidamente. Volta a descansar. Salta.
Baixa. Abaixa-se e resta enfim no pranto tardio. Abaixa-se a descansar entre águas. Assim, o silêncio ocupa o lugar merecido.
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