A casa não era nossa e foi nossa que se fez. Lembramo-nos. Longe de tudo o que era sítio nosso. Encontraste-me na rua. E eu encontrei-te. Nessa rua. Perguntaste-me o que andava a fazer e apontei o meu ventre. Ficaste branco como cal, disseste “mas… está liso!... de quanto tempo?” e eu expliquei: Ando a gerar sossego. Vi de imediato o teu sorriso. E uma ideia “seria bonito, essa barriga a gerar gente da nossa” e eu voltei a explicar-te. E tu voltaste a mostrar como sorris. Caminhámos pelas ruas. Perto dessa rua. Decidimos do nosso cansaço e entrámos na casa que não era a nossa casa e que se fez. Perguntaste-me porque e eu expliquei: Prenhe. Confirmaste: reconhecia-se a ausência de padecimento na polidez do bucho. Perguntaste-me “posso?”, dirigindo a mão para tocar. E eu expliquei. Que sim.
Acordei sem dores.
feeling no pain, Josh Rouse
foto: dolphin.s obrigada :)
1 comentário:
fiquei sem fôlego, porque não podia parar de ler a sorver voraz
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