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LEICA
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os dedos são o contacto
entre o vidro onde escrevo e o interior do corpo
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cada um de nós espreita por uma janela
surpreendemo-nos nesse espaço sem tempo
do que está e não está iluminado
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a ponta do feltro risca a pálpebra molhada de tinta
as palavras surgem confusas... click!
a intensidade das luzes e por trás delas o olhar
na penumbra rente ao chão aproximas-te do vidro
focas disparas... o ruído da leica acorda-me
para o silêncio povoado desta sala vazia
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é preciso muito pouca luz para definir um rosto
poucas palavras para que o fascínio desse segundo
torne possível dormir dentro da máquina fotográfica
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Al Berto
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