quererei almoçar no sítio do costume, só por causa daquele delicioso leite creme queimado; quando chegares, já sabemos como é, como tem sido; deixámos que o tempo nos rulasse, primeiro, andámos a viver mês a mês, depois de três em três meses, ficámos muito felizes quando passámos ao ritmo de seis em seis meses, tão felizes que deixámos a nossa imaginação projectar o momento em que passaríamos ao ritmo apenas anual, assim, levámos uma bela duma bofetada da vida pelo pecado de medir a vida em dias - voltámos ao trimestre; aprender é um conceito curioso, notável fenómeno!; parece que aprendemos a desprender-nos desse hábito de limitar a nossa vida a este acontecimento trimestral; não fosse este texto a denunciar-me da antecipação emocional para amanhã e não haveria provas da contradição; está tudo bem, já temos uma pedalada significativa e que nos permite saber que não estamos preparados, nunca, para más notícias; conforta-me pensar que «nem a vida é mensurável, nem viver é uma tarefa»; mas o maior conforto é a antecipação do nosso almoço a dois, poder exibir-te ao meu lado, e o regresso, Ah!... o regresso é tão bom! já reparaste no olhar da mãe quando nos vê regressar? uma miscelânea de orgulho, alegria (das boas notícias que esperamos entretanto tenham tido continuidade), carinho... Ah! lembrei-me da palavra - amor.
* citação de Stig Dagerman
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