escolheu o vestido verde lembrando-se do prazer que é o Verão, a isenção de peças acessórias contra o frio, olhou o espelho e percebeu que não valia a pena escovar o cabelo, ficaria com aspecto desorientado na mesma, lavou uma maçã camoês, pegou nas chaves e gritou até logo!; conduzia com uma vontade enorme de acelerar, ainda ponderou a hipótese de entrar na autoestrada, para fazer um troço que fosse, para sentir o carro a cortar o vento, não o fez; cantava o Tom Waits e ela vibrava nas fantasias daquela voz naquele talento; lutou, lutou com todas as forças contra a angústia que obstinadamente, diria estupidamente, acabava sempre por permitir; lutou, lutou sem querer fazer todas as forças contra; mas depois parou e não gostou porque nem sequer gostava da palavra lutar; fez um intervalo com café, olhou o Moleskine e escreveu, espantada por não haver lágrimas e, nem por isso um vazio: das glicínias também se tem saudade. é uma metáfora. embora da glicínia também se tenha saudade. ainda pensou um bocado, interrogou-se se seria um crime contar histórias de encantar aos meninos e às meninas.
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