X
Sobre mim cavalgas
cingindo-me os flancos
Colhes à passagem
a luz do instante//
De dentes cerrados
ondulas avanças
retesas os braços
comprimes as ancas//
Depois para a frente
inclinas-te olhando
o que entre dois ventres
ocorre entretanto//
e o próprio galope
em que vais lançada
Que lua te empolga
Que sol te embriaga//
Lua e sol tu és
enquanto cavalgas
amazona e égua
de espora cravada//
no centro do corpo
Centauresa alada
com os seios soltos
como feitos de água//
Queria bebê-los
quando mais te dobras
Os cabelos esses
sorvê-los agora//
Mas de cada vez
que o rosto aproximas
já é outra sede
que nos queima a língua//
A de nos teus olhos
tão perto dos meus
descobrir o modo
de beber o céu
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