e, à medida que me banhava no mar, a água não me provocava frio, o contacto do ar na minha pele não me provocava frio, e a areia, a areia também não me provocava frio. estava certa da possibilidade de estar só naquela praia que nem era minha, era só uma praia. nem era só uma praia, tinha dois braços laterias, feitos de rocha, num acordo de cessar desconcertos com o vento.
banhava ao meu ritmo, sentia felicidade.
algo, eu, podia ser um peixe. podia ser uma peixa. ou, tão só, esta mamífera que deseja conhecer águas quentes.
acordada por estas águas isotérmicas ao meu corpo, na madrugada, dentro da caixa que é uma casa simpática, a solução imediata para o enigma a longo prazo: banho de imersão enquanto ainda não se ouve o alvoroço do elevador do prédio. o gato a reclamar pela casa no seu miar "não são horas de me transtornar as rotinas felinas". sem frio. bom dia.
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