finalmente ganhei coragem de enfrentar o meu vestido preferido. aquele, de linho, alças finas, aquele, de cor desmaiada, que em nada favorece o meu tom de pele. aquele vestido, aquele que me desce o corpo, aquele. sim, sim, aquele, repito, aquele vestido que, quando se acabar, sei que não terá substituto, por mais que outro se arrogue favorecer-me a tez. aquele vestido é este que me cobre, como se se chamasse meu cobertor de lã. o vestido que me cobre os ossos. falta-me a carne, que teima em secar.
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