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José Mário Branco





Inquietação



A contas com o bem que tu me fazes

A contas com o mal por que passei

Com tantas guerras que travei

Já não sei fazer as pazes



São flores aos milhões entre ruínas

Meu peito feito campo de batalha

Cada alvorada que me ensinas

Oiro em pó que o vento espalha



Cá dentro inquietação, inquietação

É só inquietação, inquietação

Porquê, não sei

Porquê, não sei

Porquê, não sei ainda



Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

Qualquer coisa que eu devia perceber

Porquê, não sei

Porquê, não sei

Porquê, não sei ainda



Ensinas-me fazer tantas perguntas

Na volta das respostas que eu trazia

Quantas promessas eu faria

Se as cumprisse todas juntas



Não largues esta mão no torvelinho

Pois falta sempre pouco para chegar

Eu não meti o barco ao mar

Pra ficar pelo caminho



Cá dentro inqueitação, inquietação

É só inquietação, inquietação

Porquê, não sei

Porquê, não sei

Porquê, não sei ainda



Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

Qualquer coisa que eu devia perceber

Porquê, não sei

Porquê, não sei

Porquê, não sei ainda



Cá dentro inquietação, inquietação

É só inquietação, inquietação

Porquê, não sei

Mas sei

É que não sei ainda



Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer

Qualquer coisa que eu devia resolver

Porquê, não sei

Mas sei

Que essa coisa é que é linda





e, depois... FMI...

2 comentários:

Anónimo disse...

O último álbum deste senhor é muito bom. Obrigado por lembrares este poema.

Anónimo disse...

já ouvi, mas ainda não tenho

ainda tive a tentação de deixar aqui FMI (completo) mas, é tão longo...