O Outono, este Outono
O Outono chegou, é este Outono, não é o do ano passado que foi sereno (e não adivinhava) nem é o que virá (se vier). Este Outono.
nota: Não interessam as redundâncias desta redacção pois não haverá uma “senhora professora” a corrigi-la. Serve a presente apenas para ritualizar o início deste Outono. Assim seja.
O Outono chegou e com ele a trégua. A trégua chegou e nem por isso.
O Outono chegou, já há árvores com folhas avermelhadas e amareladas. Algumas dessas folhas já caem. As vindimas findam e voltei à escola. O ar cheira ao frio novo e suave. Apetece fazer planos de passeios pela zona de Montemor-o-Velho para fotografar o Outono, após um piquenique preparado com todos os preceitos que se vai comer ao parque de merendas das ruínas de Conímbriga. Aparecerá um cão ou um gato que nos pedirá partilha da comida, que partilharemos, pois claro. Levaremos livros, e vinho, e lápis de cor, e as câmaras fotográficas. Sorriremos e daremos muitos beijinhos. Falaremos das coisas, poderemos ficar sisudos durante alguns minutos consoante o assunto das coisas. Depois suspiraremos e pensaremos que nos temos um ao outro. Que bom!
O Outono chegou e com ele a trégua? Eu chamo-lhe trégua um bocado a medo (embora agora tenha tido a coragem de a escrever três vezes neste texto). Na verdade, é apenas o coração a teimar em acomodar-se um pouco.
O Outono chegou e trouxe os costumes habituais. E isso é bom. Este fim-de-semana colocaremos as cortinas, desenrolaremos os tapetes, enfim, cumpriremos os cerimoniais de preparação para o que há-de vir: o Inverno.
Porém o meu coração (que negligencia as palavras vãs) não se curvará.
É assim que neste Outono sorrio e dou muitos beijinhos.
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