Título Introdução Desenvolvimento Conclusão
«Estás para começar a ler o novo romance Se numa noite de Inverno um viajante de Italo Calvino. Descontrai-te. Recolhe-te. Afasta de ti todos os outros pensamentos. Deixa que o mundo que te rodeia se esfume até se tornar indistinto. A porta é melhor que a feches; (…) (p.21)
(…) Mas depois prossegues e dás-te conta de que o livro se deixa ler apesar de tudo, independentemente daquilo que esperavas do autor, é o livro em si que te desperta curiosidade, e pensando bem até preferes que seja assim, encontras-te perante qualquer coisa que ainda não sabes muito bem o que é. (p.26)»
Italo Calvino in Se numa noite de Inverno um viajante
Trad. Mª de Lurdes Sirgado Ganho & José Manuel de Vasconcelos
col. provisórios e definitivos, Vega, 1985
1ª ed.
Concepção Por vezes fazemos batota, corremos de olhos fechados do princípio para o fim, sem olhar o meio (ou será aos meios?).
.
Distraio-me a espaços. Voltei a atrasar os meus recados pelo que percebi que não leria o livro. No outro dia li: Uma constitucional perturbação da vontade e uma ânsia, paralelamente paralisante, de sobre tudo dizer tudo, sem falha, falta ou fraqueza, fazem com que eu ponha em tudo o que faço uma demora que acaba por me apavorar até à acção, e que comece essa acção por um pedido de desculpas de tanto ter demorado.*
Não li o livro para a feitura do trabalho. (não esquecer: ter um livro em detenção de leitura é uma requintada forma de suplício) Eis-me então perante um autor que estimo, peguei na sua obra e li apenas inícios e fins de romances, deixei-me cometer deduções. Cogitei acerca da origem e da conclusão do título. Li sem remorso primeiras e últimas frases. Fiz desenhos e cálculos auxiliares; fiz corte e cose. Assim, sem mais nem menos: saltei da introdução para a conclusão. [deixando por preencher o desenvolvimento – não sei encaixar esta ideia]
Pensei “Sou uma viajante nesta hora de Inverno.” e muitas outras coisas que narrei para mim como se fora eu própria a leitora.
Amanhã inicio a leitura.
* Excerto de carta de Fernando Pessoa a Jaime Cortesão, in "Obra essencial de Fernando Pessoa, Cartas"
(lido em http://welcometoelsinore.blogspot.com/2009/02/se-alguem-houve-que-disse-tudo-foi-ele.html
acedido a 18/FEV/2009)
acedido a 18/FEV/2009)
Sandra Cruz (margarete)
Cálculos auxiliares: P__________(…)____________ F
Se numa noite de névoa de Inverno El Rei Dom Sebastião um viajante numa estação de caminho-de-ferro
Numa rede de linhas que se intersectam especular reflectir
(aquilo que me circunda, consegui tornar-me o todo)
fotografia p&b de impressão de imagem digital do
Retrato de D. Sebastião de Cristóvão de Morais*
* 1571, óleo sobre tela, 99 x 85 cm
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Portugal
Numa rede de linhas que se intersectam especular reflectir
(aquilo que me circunda, consegui tornar-me o todo)
Espelho, cola, cartolina, tu
O teu reflexo - a risível questão do todo
Especulação e geometrias - espaço reflexo
pormenor de
Numa rede de linhas que se intersectam especular reflectir
(aquilo que me circunda, consegui tornar-me o todo)
«Especular, reflectir: toda a actividade do pensamento me remete para os espelhos.»
[Primeira frase do romance “Numa rede de linhas que se intersectam“ p. 159 ]
«Agora parece-me que tudo aquilo que me circunda é uma parte de mim mesmo, que eu consegui tornar-me o todo, finalmente…»
[Última frase do romance “Numa rede de linhas que se intersectam“ p. 165]
Numa rede de linhas que se intersectam especular reflectir
(aquilo que me circunda, consegui tornar-me o todo)
«Especular, reflectir: toda a actividade do pensamento me remete para os espelhos.»
[Primeira frase do romance “Numa rede de linhas que se intersectam“ p. 159 ]
«Agora parece-me que tudo aquilo que me circunda é uma parte de mim mesmo, que eu consegui tornar-me o todo, finalmente…»
[Última frase do romance “Numa rede de linhas que se intersectam“ p. 165]
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