Imagino que a voz e a fala sejam mais do que olhos articulados. Uma vez entrei num hospital. Embora tenha tido o cuidado de avançar o pé direito em primeiro lugar, tive azar. Perdi de imediato o olfacto. À ausência de olfacto chama-se anosmia. Sei-o porque percorri dicionários à procura de significados.
Dentro do hospital em que entrei ouvi um pai falar de armas e de tiros na cabeça. Fui muito cuidadosa no silêncio, saí de lá não-ilesa. Jurei e nunca mais pus pé num hospital. Hoje continuo a morrer como sempre. Há dias soltei esta frase com fala entre sonos “A distância não tem cura”. Será uma afirmação perigosa?
Os manuais ainda não me explicaram a afecção da fala e da voz por ausência de articulação dos olhos. Faltam-me palavras-chave. Faltam-me os olhos e a articulação. Tenho voz e tenho fala, no entanto mantenho intacta a capacidade de paladar. Oiço. Resta saber do tacto, pois a última pele que toquei foi a da minha mãe.
5 comentários:
Não tendo hipótese de lhe comunicar de outra forma, venho-lhe agradecer o comentário que fez no meu blog e confessar-lhe que tem toda a razão. Foi uma coisa feita sem pensar nas consequências e com irresponsabilidade. Por vezes, sem saber exactamente o porquê, cometemos falhas imperdoáveis que podem causar danos a pessoas que nem sequer conhecemos. Quero-lhe agradecer sinceramente o sério aviso que me fez voltar à razão e comunicar-lhe que, não encontrando outra forma de minimizar o prejuízo, decidi apagar o post e os respectivos comentários. Espero que não considere isso uma falta de respeito. Mais uma vez obrigado. E como provavelmente não nos voltaremos a falar, desejo-lhe boa sorte para o blog e para o resto.
ai :-| acho um exagero falar em falha imperdoável, mas o rui é que sabe; não tenho nada a opinar acerca da manutenção ou desaparecimento do post, nem opinião sobre a sua decisão; não tive intenção de dar lições a ninguém, aliás, concordei consigo no post; não percebo porque é que provavelmente não nos voltaremos a falar... ?
bom dia :)
que frases tão mal construídas, perdão... é muito cedo ainda :D
«não percebo porque é que provavelmente não nos voltaremos a falar... ?»
pelo mesmo motivo porque nunca aconteceu até hoje, excepto por razões que espero não voltar a repetir. Também não entendi o seu comentário como a intenção de dar lições, mas, para mimm, foi importante, mais não seja para estar mais atento a potenciais deslizes. De resto, aproveitei para olhar com olhos de ver o seu blog (que não conhecia) e agradou-me bastante. Hoje despeço-me de outra forma: Até um destes dias, quem sabe?
até... :)
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