sandra aka margarete ~ acknowledgeyourself@gmail.com

O Primeiro Dia



(...)

E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.


Sérgio Godinho

sabem...

...aquela sensação que se tem quando no dia seguinte é a viagem de estudo da escola e tem-se tudo preparado, quer-se que seja noite depressa-muito-depressa para se poder dormir depressa e ser já amanhã?


é essa mesmo.

verb to do

sit and talk, raise and walk



O que é que posso fazer quando o corpo pede tréguas mas a cabeça reclama caminho?
re: escrever com dedos cautelosos.

Tenho as práticas amontoadas. Não se querem organizar em carreiras. Mas eu insisto – há que esperar vez. Sou compreensiva das razões por isso não desespero com as urgências. Tenho porém de pôr ordem no edifício. Careço de mais um pouco de coragem que hei-de encantar. Certamente. Hoje peguei numa mão alheia com as minhas mãos e acreditei fazer parte desse corpo. Emaranhei-me em tantos dias que esquecera o desafogo das palavras naturais. Soluço. Receio uma minúscula ninharia que não devo, mas posso. Quando o corpo não estiver cansado, construirei uma checklist segundo normas. Os sprints não devem servir de equívoco, são apenas um ápice para encontrar o dia seguinte. Gosto de sprints. Gosto da circunstância do dia seguinte.

um grito:

.





























.

done 8)
grata pela atenção.

bola de pêlo

Ui. Este seria um belo (ui) momento-verborreia-desabafo em pleno dia “é oficial, trabalhamos mal aieuaieuaieu ainósainósainós”… seria
Ui. Vocemessezes nem sonham da seca que se livram por não ter de ler este texto que está aqui entalado na garganta e que suspeito se vai transformar num rol de c*r*lh*d*s. Só não o escrevo porque tenho ainda uma pilha ordinariamente extraordinária (ou extraordinariamente ordinária?) de trabalho para despachar… ui. Como não tenho o tal tempo, deixo aqui esta tira de sabedoria zen que resume tudo. ui.

Today's Comic
www.comics.com

prelúdio

Quando cheguei havia a tua ausência. Perguntei-te o que era isso e respondeste “está estabilizado”. Ri, claro. Fiquei aonde tinha chegado. A ver as coisas com cuidado, com tempo. Palpei algumas das coisas e sorri. Sentia-me confiante. Fazia sentido pois estavas despido e precisavas que te falasse dos dias e das semanas como se fossem escassos. (E são, não são?)
A meio (ou a três quartos) da conversa começaste a olhar o calendário, eu via que algo estava ao contrário sem ser de pernas para o ar. Eram os teus dedos, percorriam a página a querer guardar dias. Puxei-te pela mão. Chegado, enchi-te de beijos.

[ ]

Julianne Moore

"Mulher sentada com a perna esquerda dobrada” de Egon Schiele

Produção fotográfica para a revista Harper's Bazaar

coisas destas são para se roubar

hands






15 de Março a 8 de Junho - CAV - Coimbra

[ moving ] [ through ] [ life ] [ as ]


(at the museum), CCB, Lisboa
2007
produção conjunta Carlos Veríssimo e Sandra Cruz

entretanto... algumas tiras para se entreterem:

(para melhor visualização, clicar nas imagens)